Médicos denunciam morte de macacos em teste de chip cerebral de Elon Musk

Organização de medicina pede investigação da empresa de biotecnologia que, recentemente, abriu vagas para voluntários humanos

Hannah Franco

Um grupo de médicos apontou a morte de uma dúzia de macacos em testes envolvendo a empresa norte-americana Neuralink, de propriedade de Elon Musk. No dia 10 de setembro, o magnata alegou que alguns dos animais envolvidos nos testes haviam morrido de doenças terminais durante os procedimentos.

O Comitê de Médicos para a Medicina Responsável, organização sem fins lucrativos, solicita uma investigação por parte da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e Exchange Commission (SEC) para esclarecer as circunstâncias que envolveram essas mortes. Ao contrário do que Musk diz, a organização afirma que os primatas faleceram devido a complicações relacionadas aos testes de implante. Na última terça-feira, a Neuralink abriu vagas para voluntários humanos que queiram testar o chip cerebral.

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Fundada em 2016, a Neuralink é uma startup de chips cerebrais que tem o objetivo de desenvolver tecnologia para permitir que os cérebros humanos se comuniquem com dispositivos artificiais. Segundo Musk, o chip cerebral poderia fazer as pessoas recuperarem seus movimentos e até curar doenças neurológicas.

Em 2021, Musk divulgou um vídeo no YouTube no qual um macaco chamado Pager jogava um videogame usando controles movidos por seus olhos, graças a dois chips implantados seis meses antes. No entanto, a empresa começou a fazer testes em animais 12 meses após ser fundada. Uma investigação da Reuters realizada há um ano, revelou que a Neuralink havia sacrificado aproximadamente 1.500 animais, incluindo ovelhas, porcos e macacos, que sofriam de doenças debilitantes antes de sua morte. 

O Comitê de Médicos argumenta que as declarações de Musk sobre as mortes dos animais foram "enganosas" e que os investidores da Neuralink "merecem ouvir a verdade". A empresa soma mais de 280 milhões de dólares só de investidores externos.

*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)

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