CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Egito faz novo bloqueio à fronteira com Gaza após uso de ambulâncias por terroristas

Com o incidente, situação dos brasileiros que aguardam para sair do local fica mais delicada

O Liberal

O Egito voltou a fechar a fronteira com Gaza nesta quarta-feira (8), após integrantes do grupo terrorista Hamas se esconderem em ambulâncias que transportavam feridos da Faixa de Gaza até o posto de fronteira de Rafah. Com o bloqueio, mesmo os estrangeiros que já haviam conseguido autorização estão impedidos de deixar o local. 

VEJA MAIS 

image Israel autoriza envio de ajuda humanitária a Gaza através do Egito
Benjamin Netanyahu afirmou que Israel concordou, após se reunir com Joe Biden, em permitir a entrega de alimentos, água e medicamentos

image Egito suspende autorizações para saída de Gaza neste domingo (5)
Mais de 7 mil estrangeiros aguardam permissão para sair da região; 34 são brasileiros

A decisão leva o grupo de 34 pessoas que esperam por repatriação para o Brasil a amargar com mais um possível adiamento. Elas já haviam sido deixadas de fora da sexta leva de permissões para deixar o território, divulgada na manhã desta quarta (8). A lista favoreceu Ucrânia (228 cidadãos), Filipinas (107), Estados Unidos (100), Alemanha (75), Romênia (51) e Canadá (40).

De acordo com informação de pessoas com conhecimento do assunto em Tel Aviv e no Cairo, a atitude do grupo terrorista causou irritação aos dois governos, que vêm coordenando os esforços para a retirada de feridos mais graves na campanha israelense contra o Hamas, que governa Gaza desde 2007 e iniciou uma guerra contra o Estado judeu há um mês.

No último sábado (4), o Egito já havia suspendido a saída de estrangeiros, depois de Israel alvejar uma ambulância sob a alegação de que ela transportava terroristas. O Hamas nega, e diz que 15 civis morreram na ação. Na segunda-feira (6), foi costurado um novo acordo e as ambulâncias passaram a ser acompanhadas pelo Crescente Vermelho/Cruz Vermelha na região. As listas com autorizações para estrangeiros voltaram a ser emitidas na terça-feira (7). 

Ainda não foi esclarecido o momento em que foi notada a presença de infiltrados do Hamas entre os feridos, nesta quarta-feira. Porém, o fato que o Departamento de Estado dos EUA chamou de "incidente de segurança" voltou a deixar a situação ainda mais delicada para quem precisa deixar o local. 

Em nota, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, falou sobre a situação sem citar o acontecimento em detalhes. "O Hamas está fazendo uso cínico da população civil estrangeira no meio da guerra e impediu estrangeiro", afirmou.

O comunicado teve como objetivo responder às críticas da esquerda, de que o país estaria retaliando o Brasil por sua conduta à frente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em outubro, que buscou soluções de consenso que desagradaram Israel.

"O Estado de Israel está empregando esforços para evacuar todos os estrangeiros de 20 países diferentes e para aumentar a cota de forma a compensar o atraso causado pelo Hamas", apontou Zonshine. 

Ao que tudo indica, o bloqueio deve ser encerrado já nesta quinta-feira (9). Ainda assim, o anúncio de que o Brasil estava fora da lista causou mais um dia de sofrimento aos brasileiros que aguardam para retornar ao país. 

Espera dolorosa

O comerciante paulista Hasan Rabee, 30, que na véspera chegou a publicar uma mensagem otimista nas redes sociais, prevendo sua saída para esta quarta, com base na promessa feita pelo chanceler israelense Eli Cohen a seu colega brasileiro Mauro Vieira, na última sexta-feira (3). O problema, no entanto, foi o fechamento da fronteira no sábado. Ao todo, aproximadamente de 4.100 pessoas já receberam esses passes, enquanto os brasileiros permaneceram de fora. Caso a situação volte ao normal, a expectativa é que o caso dos brasileiros seja solucionado até o fim desta semana. 

Os refugiados brasileiros estão em dois grupos, um de 18 em Rafah e outro, de 16, em Khan Yunis, a 10 quilômetros de lá. Eles relatam dificuldades diárias para viver, e os bombardeios de Israel seguem constantes nas cidades.

Enquanto aguarda a autorização, a Embaixada do Brasil no Cairo, capital do Egito, já prepara a recepção aos refugiados, que receberão atenção médica antes de embarcar no voo de volta em um VC-2, a versão de transporte presidencial do Embraer-190.  

Desde o início do conflito, 1.410 brasileiros e 3 bolivianos de Israel foram repatriados, além de 32 brasileiros da Cisjordânia, a outra metade do Estado palestino que nunca veio à luz de forma plena após os acordos de Oslo, em 1993. Em 2007, o Hamas tomou Gaza para si, cristalizando a divisão entre os árabes da região.

(*Kamila Murakami, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política)

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Mundo
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM MUNDO

MAIS LIDAS EM MUNDO