Cartí Sugdupu: conheça a ilha de comunidade indígena que será engolida pelo avanço do mar

Mais de mil pessoas vivem em Cartí Sugdupu, um espaço que equivale a apenas cinco campos de futebol

Rayanne Bulhões

Os moradores da pequena ilha de Cartí Sugdupu, situada no arquipélago da comarca indígena de Guna Yala, no Panamá, começaram a se despedir do próprio lar. Isso porque, até 2050, o pequeno paraíso será invadido pelo avanço do oceano, devido às mudanças climáticas. Mais de mil pessoas vivem em um espaço que equivale a apenas cinco campos de futebol. 

A vida na ilha não é tão fácil aos nativos: combinação de calor intenso, falta de serviços públicos, sem contar na dificuldade de acesso à água potável e ao saneamento. A base econômica é a pesca, o turismo, a colheita de mandioca e a plantação de banana. Nos últimos anos, eles têm enfrentado frequentes inundações causadas pelo aumento das marés.

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Uma professora aposentada de 73 anos, chamada Magdalena Martínez, está entre as pessoas que decidiram deixar a casas na ilha e se mudar para o continente. Ela se dedica ao bordado tradicional. O diretor do Ministério da Habitação, Marcos Suira, confirma que o governo identificou problemas relacionados ao avanço do nível do mar em Cartí Sugdupu, destacando que isso é uma consequência direta do aquecimento global, um desafio que afeta todo o país.

O governo e a comunidade têm trabalhado por mais de uma década em um plano para transferir cerca de 300 famílias para um terreno em terra firme pertencente aos guna. Várias ilhas em Guna Yala correm o risco de desaparecer sob as águas, com as 49 ilhas habitadas situadas apenas entre 50 cm e 1 metro acima do nível do mar.

Segundo o cientista do Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais (STRI), Steven Paton, a maioria das ilhas será abandonada até o final deste século devido ao aumento do nível do mar causado pelas mudanças climáticas. Algumas das ilhas mais baixas já sofrem inundações mensais durante as marés altas. Para buscar uma melhor qualidade de vida, os moradores planejam se mudar para uma nova comunidade em terra firme no final de 2023 ou no início de 2024. Eles terão acesso a terrenos maiores, casas mais adequadas, água potável e eletricidade, proporcionando um ambiente mais confortável para suas famílias.

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