‘Já estamos em colapso climático’, diz ativista indígena paraense Auricélia Arapium na COP 28

Ativista acompanha a delegação indígena brasileira nas discussões em Dubai

Ádria Azevedo e Fábia Sepêda | Especial para O Liberal
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A liderança indígena paraense Auricélia Arapium, representante dos povos do Baixo Tapajós, participa da 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Em entrevista ao Grupo Liberal, a ativista, que já atua há vários anos na defesa das comunidades da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, afirmou que o mundo já está em colapso climático.

“A gente da Amazônia traz muito o que a gente está vivendo. Porque a gente não está vivendo mudanças climáticas: a gente já está em colapso climático mundial. Trazemos para as mesas a questão do financiamento climático, para quem de fato precisa, e a questão da transição energética, que se discute muito aqui. E são previstas hidrelétricas na Amazônia, e também a exploração de petróleo no Rio Amazonas. Então, como a gente pode discutir mudanças climáticas se o Estado do Pará continua sendo recorde de desmatamento e vai sediar a COP 30?”, questionou Auricélia, que já tem histórico de ativismo em atividades sobre a questão climática.

A liderança está em Dubai desde o dia 24 de novembro, participando de atividades junto à  delegação indígena brasileira. “Já estivemos em espaços de articulação do movimento indígena mundial nessa semana que passou. É um momento em que a gente está discutindo e também propondo. Apesar de não estar diretamente nas mesas de negociações das partes [os países participantes], nós temos vários outros eventos em que estamos construindo propostas para apresentar aos governos em relação às mudanças climáticas”, explicou.

Para ela, a participação na COP 28 é fundamental como preparação para a COP 30, que será realizada em Belém, em 2025. “É um espaço muito importante, até porque vamos ter uma COP na Amazônia, no nosso Estado. Então estar aqui [permite] ter essa experiência, ver o que é a COP, nesse espaço onde o mundo todo se encontra para discutir diversos assuntos. Eu estou muito feliz de estar aqui e poder trazer a voz do meu povo. Pela primeira vez, [fazer] a representação do meu povo nesse espaço. Certamente vou sair com uma experiência muito importante, até para construir a COP 30”, finalizou.

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