Torcedores do Paysandu têm carro furtado no estacionamento do Mangueirão; clube é notificado
Incidente ocorreu antes da partida contra o Botafogo-PB, pela Série C.
A Polícia Civil investiga o caso de um furto de veículo que ocorreu dentro do estacionamento do Mangueirão, minutos antes da partida entre Paysandu e Botafogo-PB, realizada no último domingo (17). O incidente, que foi registrado por meio das câmeras de segurança do Colosso do Bengui, mostram uma Toyota Hilux preta, avaliada em quase R$ 300 mil, sendo furtada logo após os proprietários do carro entrarem no estádio. O Paysandu Sport Club, inclusive, já foi notificado sobre o fato.
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O furto ocorreu na área do estacionamento interno do Mangueirão, que é acessado com pagamento de tíquete. O caso, no entanto, tem chamado a atenção devido à falta de apoio por parte do clube bicolor. De acordo com o advogado das vítimas, Ian Pimentel, o Paysandu não se manifestou oficialmente sobre o furto, apesar de ter sido provocado em inúmeras oportunidades. A defesa dos donos do veículo quer o ressarcimento dos valores do carro e dos pertences que estavam no interior no momento do furto.
"As pessoas da diretoria do clube que eu contactei falaram rapidamente, mas, o que se observa é que, até pra preservar a própria instituição, a diretoria não nos procurou. É um caso grave que ocorreu no Novo Mangueirão menos de 10 dias depois da vinda da Seleção Brasileira. Verificamos que não há condições de segurança em redor do estádio. Entendo que, neste caso, é problema do clube. As pessoas estão indo ao Mangueirão, pagando o estacionamento e confiando que o seu veículo vai estar preservado. Mas o que vimos é algo completamente diferente", disse Ian.
Segundo a defesa das vítimas, de acordo com a tabela Fipe, o carro está avaliado em R$ 294 mil. Além disso, os pertences que estavam dentro do veículo na hora do furto - celulares, notebooks e jóias - são avaliados em R$ 169 mil. Dessa forma, o ressarcimento cobrado é de R$ 463 mil.
O Paysandu foi procurado para se posicionar sobre o processo. Em nota, o clube informou que a Polícia Civil já abriu inquérito para apurar as circunstâncias do fato. O clube disse, também, que vai aguardar o fim das investigações para se manifestar.
Linha do tempo
De acordo com Ian Pimentel, o carro pertence a um casal de amigos do advogado. O grupo se encontrou no domingo (17), no Mangueirão, para assistir a partida e o furto do veículo só foi constatado ao final do jogo.
"Segundo informações da Polícia, o veículo foi visto na avenida Centenário com a Major Seda às 15h34. O meu cliente chegou ao Mangueirão e estacionou o carro às 14h52. Segundo as informações prévias das câmeras de segurança do Mangueirão, a pessoa que furtou o veículo entrou no carro às 15h e às 15h11 saiu da vaga de estacionamento. O monitoramento do Mangueirão e a polícia estão reconstituindo essas imagens com o objetivo de descobrir o percurso feito", disse Ian.
As imagens, no entanto, não puderam ser divulgadas à imprensa. Segundo o advogado, a polícia alega que os vídeos serão mantidos em sigilo para a investigação.
Terceirização do serviço
De acordo com a defesa das vítimas e o próprio Paysandu, uma empresa terceirizada faz o serviço de segurança do estacionamento e a venda de bilhetes. A prática, inclusive, é comum em jogos de futebol no Pará.
No entanto, Ian disse que o acordo firmado entre Paysandu e a empresa terceirizada tem falhas. Segundo ele, o Papão mantém contato com um Microempreendedor Individual (MEI) e essa pessoa contrata a empresa de segurança. Dessa forma, há a quarteirização do serviço.
"Isso significa que não há segurança nenhuma no local, porque colocam qualquer pessoa pra fazer a nossa vigilância. O governo do Pará tem dado todo apoio, desde a polícia até a administração do estádio, mas o clube sequer se dignou a falar conosco", disse.
Ainda de acordo com o advogado, por mais que o serviço seja prestado por terceiros, o Paysandu é o responsável final pelo furto. Ele alega, inclusive, que isso está previsto no Estatuto do Torcedor.
"Quando um clube faz a subcontratação de uma empresa para fazer segurança ele responde por qualquer incidente. Responsável juridicamente é quem oferece o serviço. Se você vai oferecer o serviço por meios próprios ou por meio de um contato, não interessa. O que o clube pode fazer posteriormente, depois de nos indenizar, é cobrar o valor da empresa contratada. Pelo Estatuto do Torcedor mantém um vínculo de natureza consumerista com o torcedor, então é uma relação de consumo, na visão jurídica. O Paysandu, quando comercializa o bilhete de um jogo e o estacionamento, ele assume esse dever", explica.
O que dizem os envolvidos?
Em nota, a Bandana Eventos, empresa que fez a segurança do estacionamento do Mangueirão na partida entre Paysandu e Botafogo-PB, disse que não tem com o clube bicolor um contrato de segurança patrimonial, mas, apenas de controle de fluxo de pessoas e comercialização de bilhetes. Além disso, a empresa informou que possui um efetivo de 70 pessoas no staff e 100 seguranças.
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