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Gestão Maurício Ettinger: Paysandu contrata quatro atletas por mês, dispensa três e acumula promessas

Para piorar, Papão enfrenta o fantasma do rebaixamento na Série C do Braisleirão

Andre Gomes
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Quando foi eleito presidente do Paysandu, em dezembro de 2020, Maurício Ettinger tinha como algumas das principais promessas de campanha o acesso à Série B, os avanços nas obras do CT Raul Aguilera e o maior controle das finanças bicolores. Praticamente dois anos e meio depois, conta-se nos dedos as metas cumpridas. Além disso, para piorar o cenário, o Bicola vive o fantasma do rebaixamento para a Série D, algo impensável quando Ettinger assumiu o cargo, em janeiro do ano seguinte.

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Com a crise que o Paysandu vive dentro da Curuzu, a equipe de O Liberal procurou fazer um balanço dos praticamente 30 meses de Maurício Ettinger à frente do Paysandu. A reportagem procurou responder questões como: quantos jogadores foram contratados e desligados ao longo da gestão? Quais executivos foram trazidos? Quais as principais promessas foram feitas e o mandatário bicolor não cumpriu? Veja abaixo as respostas.

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Números absurdos

Se fora de campo o caos reina no trabalho da diretoria, é natural que haja reflexo dentro dos gramados. Prova disso, é que em pouco mais de 29 meses de Ettinger à frente do Paysandu, o Papão contratou 113 jogadores, uma média de 3,9 jogadores por mês. E a tendência é que o número aumente, já que o Bicola ainda está no mercado em busca de reforços para o restante da Terceirona deste ano. O detalhe é que o clube já trouxe 40 reforços neste ano, mais que em 2022 (36) e 2021 (37), e ainda restam pouco menos de cinco meses para o fim da temporada.

Para trazer tantos jogadores, é preciso que outros saiam. A presidência do Paysandu levou a ideia bastante a sério, não à toa, rescindiu ou desligou outros 83 jogadores neste mesmo período. Ou seja, em média, 2,86 atletas deixam a Curuzu a cada mês. Em pouco mais de seis meses, 21 já saíram definitivamente do Papão em 2023.

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Dança das cadeiras

Com tanta troca de peças no elenco bicolor, dificilmente os técnicos terão continuidade. Isso se vê no número de treinadores que Maurício Ettinger trouxe para o Paysandu: em 29 meses, o clube já teve seis treinadores e está em meio ao início de um trabalho - Hélio dos Anjos chegou no final de junho deste ano.

Os números são preocupantes para os próprios treinadores. Em média, os técnicos do Paysandu têm menos de cinco meses à frente do grupo: 4,84 meses. Até aqui, Ettinger já teve como treinadores: Itamar Schülle (fevereiro 2021 a maio 2021), Vinícius Eutrópio (maio de 2021 a julho de 2021), Roberto Fonseca (julho de 2021 a outubro de 2021), Márcio Fernandes (janeiro de 2022 a abril de 2023), Marquinhos Santos (maio de 2023 a junho de 2023) e Hélio dos Anjos (junho de 2023 - em andamento).

Executivos de futebol

Fora das quatro linhas, o Paysandu também apresenta instabilidade. Desde que Maurício Ettinger tornou-se presidente do Papão, o clube já teve quatro executivos diferentes, não apenas em nomes, mas também em filosofia, ainda que a maioria tenha trabalhado especialmente na Região Nordeste.

O executivo de futebol é figura central na organização de um clube. Responsável pela contratação de novos jogadores e coordenar todo o departamento de futebol, no Paysandu o cenário encontrado por todos os que passaram pelo Papão nos últimos anos foi de terra arrasada.

Não à toa, em média, cada profissional teve 7,25 meses para cada um trabalhar. Foram eles: Ítalo Rodrigues (janeiro de 2021 a julho de 2021), Fred Gomes (dezembro de 2021 a setembro de 2022), Vandick Lima (dezembro de 2022 a março de 2023) e Ari Barros (março de 2023 - em andamento).

Centro de Treinamento Raul Aguilera

A gestão conturbada de Maurício Ettinger não acaba apenas no futebol do clube, mas também na estrutura. Isso porque, nas duas eleições ganhas pela chapa do atual mandatário bicolor, Ettinger fez promessas em relação ao Centro de Treinamento Raul Aguilera, localizado no bairro Águas Lindas, em Ananindeua. Em ambas as oportunidades, houve o descumprimento por parte do dirigente.

Em 2021, quando iniciou os trabalhos, Ettinger prometeu a entrega de um campo de futebol no CT, com um curto atraso, caso as chuvas atrapalhassem. Após o cumprimento, o elenco profissional passaria a treinar no espaço. Além disso, afirmou que as obras no local não parariam e que, em dois anos, entregaria metade do CT. Todas as promessas citadas foram descumpridas.

Dois anos se passaram, Maurício Ettinger foi reeleito e o presidente bicolor estabeleceu novos compromissos: novamente a entrega de um campo no primeiro semestre de 2023 e mais um no segundo semestre. Entretanto, pouco mais de seis meses após tomar posse para o segundo mandato à frente do Paysandu, Ettinger novamente desrespeitou as promessas realizadas e, até o momento, nenhum campo foi inaugurado.

Mais promessas descumpridas

Psicólogo

Desde que foi rebaixado em 2018, o Paysandu vive uma sequência de quatro anos consecutivos batendo na trave na luta por subir à Série B do Brasileirão. Após o fracasso de 2022, Ettinger tinha como um dos planos a contratação de um psicólogo para o elenco. Depois de uma avaliação interna, o clube chegou à conclusão que as frequentes quedas nos momentos decisivos da Terceirona tiveram fatores emocionais.

No entanto, o próprio clube confirmou à reportagem que não possui um psicólogo fixo para o grupo. Uma fonte interna do Paysandu apontou que, assim como nos últimos anos, apenas se procura um profissional da área de forma ‘esporádica’, antes de decisões ‘ou crises’.

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Estabilidade financeira

De acordo com Ettinger, um dos planos era trazer estabilidade financeira ao Paysandu. A ideia era “trabalhar restritamente em cima do orçamento e talvez com folha menor de jogador e comissão técnica para poder atingir a meta aprovada”, afirmou o presidente ao site oficial bicolor.  Mas com tantas dívidas, contratações e dispensas, além de casos na Justiça, o Papão permanece em situação financeira complicada.

Acessos ainda virão?

Após ser reeleito, Maurício Ettinger foi ousado: "A nossa prioridade é o acesso à Série B em 2023 e à Série A em 2024. Essa é a prioridade principal do clube". Até o momento, o Paysandu luta contra o rebaixamento na Série C, mas ainda há esperanças de chegar ao quadrangular de acesso.

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