Entrada de Belém na rota do pré-olímpico de basquete movimenta o esporte e reacende sonhos
O último torneio de basquete semelhante a este foi a Copa América de basquete masculina sub-16, em 2019
Belém foi oficialmente designada como a sede de um dos quatro pré-olímpicos de basquete feminino que acontecerão no Brasil no primeiro semestre de 2024. O anúncio foi feito pelo governador do estado gerou grande satisfação, dada a grandiosidade do evento a ser disputado na capital paraense. O torneio de relevância global tem repercutido positivamente, sobretudo na esfera de quem vive o esporte.
VEJA MAIS
Pelo menos é assim que técnicos e jogadores enxergam a oportunidade. Do alto de seus 45 anos, Marcelo Aragão, 45 anos acumula 23 na função de técnico, com vários títulos nacionais, 25 regionais e 25 municipais no basquetebol feminino escolar. São 16 anos de Seleção Paraense. É o atual campeão dos Jogos Escolares Paraenses e dos Jogos Intercolegiais Paraense.
A extensa ficha de serviços prestados ao esporte lhe concede grande autoridade para falar, de um modo geral, sobre a cena do basquete no estado. Para ele, a vinda do torneio abre um leque de visibilidade pouco visto pelas bandas de cá.
"Fica um misto de fé na renovação, visibilidade ao esporte, construção de novos ídolos, palpáveis, reais. Vivemos uma sociedade doente no pós-pandemia, a expectativa era que cuidássemos mais de nossa saúde, mas ficamos mais retraídos, com doenças socioemocionais e cheios de medos, ter a oportunidade de conviver com pessoas, ver pessoas e dialogar com os ídolos é certeza de sementes plantadas em terrenos férteis. Estou programando levar meus atletas de 7 aos 17 anos para assistir aos jogos e prestigiar torcendo pro Brasil", garante o treinador, que não se recorda de algo tão grandioso em termos de basquete na capital paraense.
"O último evento que tivemos semelhante a esse foi a Copa América de basquete masculina sub 16, em 2019, antes disso só recebíamos amistosos da seleção brasileira feminina, época de Magic Paula, Hortência e Janete, os tradicionais Brasil e Cuba em preparação à mundiais e ou Olimpíadas", recorda. Apesar dos pesares, ele garante que o Pará é um estado agraciado com muitos talentos que se renovam a cada geração, mas que ainda precisam de muita atenção básica.
Superação
"Mesmo com toda a dificuldade, o basquetebol no Pará sempre foi respeitado, sempre tivemos grandes técnicos e grandes atletas. Hoje temos a Glenda Cruz, do Marajó jogando a LBF, recentemente a Lia Câmara, com 17 anos foi para Joinville, fora os atletas masculinos que jogam no eixo RJ e SP e o João Gluck mais recentemente na Espanha, dentre tantos outros. O que nos falta são times de expressão nacional no adulto. O que nos falta é esse olhar verdadeiro e comprometido com o esporte amador. Estamos às vésperas dos Jogos Escolares Brasileiros, em Brasília, evento para mais de 200 crianças de 12 a 14 anos, em diversas modalidades e sem certeza nenhuma de transporte. Olha a minha escola pública trabalho desde 2011 e não temos uma tabela fixa. Precisamos de pessoas com olhares sensíveis à verdadeira necessidade do esporte amador", avalia.
Se para o treinador a vinda de um torneio gera grande incentivo ao esporte, o que dizer das jovens atletas, que sonham com uma carreira grandiosa? Para a jovem Kamily Vitória, a realidade do basquete paraense pode se abrir ao mundo. "Além de influenciar as pessoas que já estão no esporte, muita gente nova vai aparecer, vai querer conhecer e se encantar como aconteceu comigo", conta a atleta que pratica o basquete desde os 12.
Já a companheira de time, Ariele Portela, acredita que as mulheres são mais beneficiadas nesse aspecto. "Não temos muitos times femininos aqui em Belém. Isso dá mais visibilidade e eu fiquei muito feliz com essa notícia, que só tende a nos ajudar e a divulgar o esporte. Nas escolas e nos clubes não há muitos times femininos e falta muito incentivo, então será uma grande vitória para todas nós", conclui.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA