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30 anos sem Senna: ex-assessora relembra como era trabalhar com Ayrton Senna

Ídolo brasileiro completa 30 anos de morto neste 1º de maio; Betise Assumpção falou sobre como foi trabalhar com um dos maiores pilotos da Fórmula 1

O Liberal
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"O Ayrton era difícil, chato às vezes, mas ele era muito honesto". É assim que Betise Assumpção, ex-assessora de imprensa de Ayrton Senna, define a personalidade do brasileiro tricampeão mundial de Fórmula 1. Na última semana, a jornalista responsáveis por gerenciar a carreira de um dos atletas mais icônicos de todos os tempos participou de um bate-papo com mulheres, produtoras de conteúdo sobre automobilismo. Nesta quarta (1º) completam 30 anos da morte do piloto.

Antes de trabalhar com Ayrton, Betise escrevia para o Estadão e cobria esportes em outros jornais. Ela já havia entrevistado Senna algumas vezes e, após um tempo, decidiu tentar a sorte em Londres, na Inglaterra. Enquanto isso, Ayrton viu que precisava de um assessor, uma pessoa em quem pudesse confiar. O piloto soube da disponibilidade da brasileira e ofereceu o trabalho.

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"Eu aceitei porque me ofereceram emprego. Me ofereceram um emprego, não: o Ayrton Senna me ofereceu um emprego. Eu estava aqui fazendo 50 milhões de bicos para pagar as contas. Não ia nunca dizer não, nem sei se eu achei que podia ser bom ou não podia ser ruim", explicou a assessora, que "caiu de paraquedas" no mundo da Fórmula 1.

Revolucionária

Não foi apenas Senna que revolucionou a forma de se pilotar um carro de Fórmula 1. Betise também inaugurou uma forma de gerir a carreira dos corredores, que é adotada até hoje no esporte. Um dos pontos principais foi como os jornalistas abordavam os pilotos no padoque. Para minimizar o "empurra-empurra" e falas deturpadas, a profissional criou uma "janela de imprensa", onde Ayrton podia conceder entrevistas para imprensa do mundo todo.

"Comecei a organizar entrevistas que ele fazia porque ele saía dos boxes e entrava num caminhão onde tirava a roupa e se trocava, mas ele não conseguia nem descer a escada porque todo mundo ficava se empurrando. Então, logo nos primeiros Grandes Prêmios, eu falei: ‘Ayrton, vamos mudar. Vamos ter uma ordem de línguas porque fica todo mundo perguntando, se empurrando’, daí eu resolvi fazer, fazia primeiro os ingleses, os italianos e depois os brasileiros", contou.

Personalidade

Durante o trabalho com Senna, Betise tomou cuidado para estabelecer limites e manter a relação profissional quando tinha que ser. Os dois não passavam 24 horas juntos, mas, a amizade veio com o tempo e tudo se encaixou.

"Eu sempre mantive a distância de não ficar fazendo tudo com ele. Depois de um tempo que você trabalha com a pessoa, você vai percebendo qual a hora de falar alguma coisa, se a pessoa está mal-humorada. Quando o carro quebrava na pista, ele voltava chateado, não era hora de pedir nada. Ele também vai aprendendo que você está lá para ajudar e que você consegue 'gerenciar' a narrativa. Então, isso era legal de fazer. É interessante você trabalhar em Fórmula 1 quando você está do lado de quem está fazendo", disse.

Até o fim

Betise foi a fiel escudeira de Ayrton até a morte. Em seu blog, a jornalista relembrou o dia do enterro do piloto no Brasil e quando descobriu que queriam colocar o maior rival de Senna na pista, Alain Prost, para segurar o caixão na primeira fila. Rapidamente, a jornalista agiu e mudou a ordem. Gerhard Berger - ex-companheiro de equipe de Senna - e Emerson Fittipaldi - brasileiro e campeão mundial - foram os escolhidos para puxar a fila dos carregadores.

Ayrton Senna do Brasil

Senna é o brasileiro mais bem-sucedido na história da Fórmula 1. Em 10 anos na categoria, o piloto conquistou 41 vitórias, por quatro equipes diferentes (Toleman, Lotus, McLaren e Williams) e três títulos mundiais (1988, 1990 e 1991).

Em 1994, quando corria pela Williams, o piloto sofreu um grave acidente no GP de San Marino, disputado no circuito de Ímola, na Itália. Horas após o impacto, o brasileiro foi declarado morto, aos 34 anos.

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