Há 10 anos se encerrava a 'era' Ricardo Teixeira no comando da CBF

Dirigente permaneceu por 23 anos na presidência da entidade e após casos de corrupção e desgaste de sua imagem, saiu pela porta dos fundos

Luiz Guilherme Ramos
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Como todos os reinados da história, a era do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, chegou ao fim há exatos 10 anos, após uma série de escândalos que ligavam o homem forte do futebol brasileiro a esquemas de remessas ilegais de dinheiros ao exterior, lavagem de dinheiro e recebimento de propina. Depois de 22 anos no comando da maior entidade esportiva brasileira, Teixeira saia pela porta dos fundos.

A ligação de Teixeira com o futebol vem de longa data. Ricardo é sogro do ex-presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange. Ao longo do tempo, galgou espaço nos bastidores do futebol e em 1989 sentou na cadeira de presidente da CBF. Desde então, participou diretamente de momentos chaves do esporte, como a criação da Copa do Brasil. Sob a gestão dele, o Brasil venceu duas Copas do Mundo (94 e 2002), ganhou cinco títulos da Copa América, três da Copa das Confederações e diversos campeonatos de base.

Entretanto, aos poucos o nome do dirigente foi sendo associado à esquemas de corrupção, que terminaram por ruir seu império em 2012. Na época, ele fora convocado para duas CPI’s, a do Futebol e da Nike. Em ambas, o cartola era investigado por favorecimentos ilegais, prática de nepotismo, lavagem de dinheiro. O amontoado de escândalos o levou a ser interrogado inclusive pelo FBI, que investigava esquemas de corrupção na Fifa e CBF. 

Após ter sua vida pessoal devastada e ter sido alvo de ataques por vários setores da política e da imprensa, além de ter sua relação com a então presidente Dilma Rousseff desgastada, durante episódio da escolha da sede da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, Ricardo Teixeira anunciou a renúncia ao comando da CBF, no dia 12 de março de 2012. 

Em sua despedida o dirigente afirmou que deixava definitivamente a presidência da CBF “com a sensação do dever cumprido” e que "presidir paixões não é uma tarefa fácil em nosso país. Futebol é associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos exaltam o talento, quando perdemos, a desorganização. Fiz o que estava ao meu alcance, renunciei à saúde. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", escreveu.

Em seu lugar, assumiu o ex vice presidente da confederação para a Região Sudeste, José Maria Marin, que permaneceu no cargo até o ano de 2015. Marin também deixou a CBF ao ter seu nome envolvido em escândalos, abrindo espaço para o sucessor, do mesmo grupo político, Marco Polo Del Nero, outro a deixar o cargo depois de dois anos.

Na esteira das sucessões, todas provocadas por denúncias de corrupção, a entidade acabou presidida temporariamente por um velho conhecido do futebol paraense. O terceiro presidente após a saída de Teixeira foi o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, muito lembrado pelo descumprimento do acordo com a Conmebol, para a escolha da sede da copa de 2026. Inicialmente, ficou acordado que o voto brasileiro seria para a tríplice organização de México-Canadá e Estados Unidos, mas o dirigente, por baixo dos panos, votou no Marrocos. 

Depois da lambança, a CBF foi presidida por Rogério Caboclo, que também foi afastado por denúncias de corrupção e assédio sexual. Hoje, a combalida entidade é dirigida interinamente por Ednaldo Rodrigues, até a realização de novas eleições.  

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