Reforma do Ver-o-Peso é tratada como prioritária para a COP30

Complexo terá intervenções em todos os espaços, incluindo a Feira do Açaí e a Pedra do Peixe

O Liberal
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As obras de reforma e requalificação do Complexo do Ver-o-Peso são tratadas como prioritárias pela Prefeitura de Belém na preparação da capital para receber, em 2025, a Conferência sobre o Clima da ONU, a COP 30.

O Complexo teve toda sua estrutura reestruturada em 2002 e agora receberá nova reforma e requalificação com a ordem de serviço para as obras assinada na quinta-feira, 29, pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

O investimento de mais de R$ 63 milhões, a partir de acordos feitos entre a Prefeitura de Belém e a Itaipu Binacional, que quer desta vez, atender todo o complexo, desde a Feira do Açaí, passando pela Pedra do Peixe, oferecendo espaços dignos de trabalho para os mais de 1200 feirantes que tiram o sustento do local.

Como é o caso de Oswaldina Ferreira, que dos seus 75 anos, 53 foram dedicados ao trabalho na feira. “Eu me sinto muito feliz porque o prefeito vai melhorar a vida dos vendedores da Feira do Açaí, e fico feliz porque fomos incluídos dessa vez nas obras. A Feira do Açaí estava muito abandonada. Agora, vamos poder atender melhor os fregueses e vender mais”, afirma a vendedora de comida.

Projeto Recupera características estabelecidas em 2002

A reforma pretende devolver as características originais do projeto de entregue há 20 anos, com detalhes que observavam principalmente o conforto térmico do lugar, e que ao longo do tempo acabou descaracterizado, explica o engenheiro responsável pela obra, Charles Alcantara.

“O projeto atual constatou a necessidade da substituição das lonas de coberturas, pois não estavam adequadamente especificadas e elas tiveram um acréscimo de lonas adicionadas pelos próprios feirantes, o que obstruiu a ventilação entre as barracas. A parte superior que chamamos de chapéu, está inadequada para ventilação. Além disso os boxes serão todos substituídos por novos. Em cada setor, os novos boxes atenderão as demandas e necessidade dos feirantes”, acrescenta o engenheiro.

Outros problemas também serão solucionados como é a questão do piso. “O piso da feira é atualmente composto por vários matérias como: bloco de intertravado, concreto, cimentado e argamassa de alta resistência, todos apresentando problemas e com isso serão todos refeitos. Além de ser refeita toda parte elétrica, instalações hidrossanitárias, drenagem, esgoto sanitário, iluminação”, lista Charles

Ele aponta ainda que serão adicionados sistema de proteção contra descarga atmosférica, forro, impermeabilização, paisagismo e sinalizações horizontais e verticais nas vias de acesso a feira.

A reforma completa tem prazo de 18 meses, mas as obras serão realizadas em cinco etapas. A primeira já começou com a construção das feiras provisórias para onde serão remanejados quase 500 feirantes. Os primeiros são os da Feira do Açaí, do setor de industrializados, refeição plataforma, setor de maniva e setor de polpas.

“O primeiro local para o remanejamento dos feirantes é o estacionamento interno do Ver-o-Peso, na praça do Pescador; o segundo local é no primeiro quarteirão da avenida Portugal, onde ficarão os setores que precisam de rede hidráulica; e o entorno da praça do Relógio, que também terá feira provisória”, explica o secretário municipal de Economia, Apolônio Brasileiro.

Para além da movimentação econômica

Nascida como casa de aferição de peso dos produtos oriundos dos outros municípios e como entreposto comercial dos produtos exportados pela região, em 1625, o que mais tarde convencionou-se chamar de Complexo do Ver-O-Peso é hoje considerado um dos maiores cartões postais de Belém e durante muito tempo figurou como a maior feira popular a céu aberto da América Latina.

O Ver-o-Peso se estende por um complexo arquitetônico e paisagístico de 25 mil metros quadrados, com uma série de construções históricas. O conjunto tombado inclui o Boulevard Castilhos França, o Mercado de Carne e o Mercado de Peixe, o casario, as praças do Relógio e Dom Pedro II, a doca de embarcações, a Feira do Açaí e a Ladeira do Castelo. Mesmo tendo recebido uma grande reforma em 2002, não foi incluída a Feira do Açaí, que agora receberá reforço no piso, além de instalações elétricas e sanitárias melhores.

O sonho dessa reforma é também de quem movimenta a cultura no espaço. A Feira do Açaí recebe às sextas-feiras festas do samba do batuque e, aos domingos, grupos de carimbó. Para o multiartista Astron Zion, essa reforma é necessária para Belém.

“Essa reforma mais do que demorou, porque aqui é um centro histórico belíssimo e deveria ser mais do que explorado comercialmente, mas também turisticamente. Essa reforma traz uma luz para esse abandono de anos. Nós, que moramos aqui, podemos sonhar com uma valorização do nosso espaço como já existe em outras cidades históricas”, enfatiza o artista que também é morador da Cidade Velha.

A valorização do trabalhador do Ver-o-Peso e a importância de promover um acréscimo na vida daqueles que vivem o espaço também então entre os objetivos da reforma.

“Além da reforma do espaço físico, o que o projeto quer também é requalificar os feirantes, com vestimentas novas, cursos de noções de línguas estrangeiras, técnicas de administração, informações contábeis e manipulação de alimentos. Para eles se apresentem para o mundo como eles são competentes, representativos do maior símbolo da economia e da cultura. Por isso, eu nem estou usando revitalização do Ver-o-Peso, é reforma e requalificação. É o novo Ver-o-Peso, porque não há necessidade de revitalizar aquilo que nunca morreu, e nunca morrerá”, enfatiza o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

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