Preço da gasolina se mantém, mas consumidores e postos de Belém já aguardam novo aumento

Os combustíveis voltarão a subir com o fim da validade da MP que reduziu alíquotas de impostos.

Enize Vidigal

Nos postos de combustíveis de Belém, vendedores e consumidores enfrentam a expectativa pelo novo aumento, previsto para vigorar no próximo sábado, 1º, segundo divulgou o Ministério da Fazenda. “O aumento é esperado, mas ainda não sabemos quanto vai ser e nem exatamente quando”, disse um gerente de posto que pediu para não ser identificado. “Ouvi falar que haverá aumento. Isso é péssimo”, reclama João Daniel Rocha, 21 anos, vendedor de automóveis.

O litro da gasolina deverá subir R$ 0,34 e o litro do etanol, R$ 0,22, estima a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Na noite da quarta-feira, 28, o preço médio da gasolina nos postos visitados pela reportagem, em Belém, ainda oscilava entre R$ 5,08 e R$ 5,19.

O motivo do aumento é que voltarão a ser cobradas as contribuições de PIS/Pasep, Cofins e Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, álcool, gás natural veicular e querosene de aviação. Pois a Medida Provisória 1.163/2023, que reduziu essas alíquotas, perderá a validade.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Lojas de Conveniência do Estado do Pará (Sindicombustíveis Pará) previu que o reajuste poderia ocorrer já na sexta-feira, 30.

Todos sentirão o impacto

O economista Everson Costa, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/Pa), explica que, independente de quem possua veículo, toda a população sentirá o impacto do aumento dos combustíveis no custo de vida. “A formação de preços de bens, produtos e serviços levam em consideração o preço dos combustíveis. Para nós, paraenses, isso é mais sensível, porque a demanda, a entrega e o abastecimento de produtos, por exemplo, em 60% os alimentos, vêm de outros locais e as distâncias são gigantescas. Cada centavo de acréscimo no combustível leva a um frete mais caro e cada mercadinho também vai fazer o preço dos seus produtos com base nisso”.

Tende a sentir mais esse aumento quem depende diretamente do combustível para sobreviver, como os condutores de aplicativos de entrega e de transporte, alerta o economista. “O trabalhador vai ter que rodar mais, ter mais volume para alcançar o rendimento esperado e honrar os seus compromissos”.

Pesquisa

Entre os dias 14 e 27 de maio, o levantamento do Dieese-PA pontou que o preço médio da gasolina teve recuo de -3,67% ficando com o preço médio entre R$ 5,25 e R$ 5,45; enquanto o etanol teve queda de -1,27%, com preços médios entre R$ 4,68 e R$ 4,74; o gás caiu -4,35% apresentando preços médios de R$ 111,27 e R$ 114,33; e o diesel teve quieda de -4,67% com preços médios de R$ 5,51 a R$ 5,78.

Everson lembra que, apesar do aumento dos impostos, a fixação do preço é livre. “Esse retorno dos impostos vai formar preços maiores e esses preços vão derivar, dependendo da bandeira do posto, do tipo de combustível, do município, da margem de comercialização... algumas variáveis podem levar a uma formação de preço diferente (entre os postos). Só teremos a noção disso quando tivermos semanas comparativas com dados oficiais da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para apontar em que média nós ficaremos”.

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