Pior seca em 40 anos: 55 municípios do Pará sentem impacto causado pelo fenômeno

Deste total, 22 municípios estão com mais de 80% das áreas agroprodutivas afetadas

Elisa Vaz
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O Pará é um dos oito estados das regiões Norte e Nordeste que enfrentam neste ano a pior seca desde 1980 por causa da falta de chuvas, segundo dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal. O órgão ainda aponta que a seca aumentou o número de municípios com mais de 80% das áreas agrícolas, incluindo pastagens, impactadas pela estiagem em setembro.

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Os impactos da estiagem no mês passado foram sentidos por 55 dos 144 municípios do Pará, por exemplo. Deste total, 22 municípios estão com mais de 80% das áreas agroprodutivas afetadas, e outros 20 tiveram entre 60% e 80% das áreas destinadas à produção agrícola e à pecuária comprometidas pelas consequências da seca extrema. Especialistas dizem que o cenário pode piorar porque o período de seca, que deveria terminar em novembro, deve se estender até janeiro.

Clima

Zootecnista e diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Guilherme Minssen explica que o “El Niño” é um fenômeno de larga escala que ocorre nos oceanos e é periódico no Pacífico, produzindo grandes secas em algumas regiões, mas também prevê, em certos locais, a ocorrência de chuvas torrenciais. Como o Brasil é um país continental, passa pelas duas situações.

“Quando existe déficit hídrico da germinação ao desenvolvimento de um vegetal, este cultivo terá prejuízo irreversível. E este impacto já estamos começando a sentir na oferta de vários produtos. O Brasil tem a maior produção de commodities do planeta. Todas elas serão afetadas: agrícolas, ambientais, minerais e energéticas e financeiras. O reflexo na economia precisa ser amenizado com políticas públicas”, enfatiza Guilherme.

O especialista diz, no entanto, que o Pará possui diversas produções com excedente para exportações, mesmo que seja em volume menor - açaí, abacaxi, cacau, soja, dendê, mandioca, citros e carnes de bovinos e bubalinos. “O que se faz necessário ter total atenção são os produtores rurais, que atravessam a pior crise no agronegócio nos últimos tempos. Se a vaca for para o brejo no campo, a cidade pagará por este atoleiro”, declara. Quanto ao preço, Guilherme afirma que, por conta da lei da oferta e da demanda, os preços devem ser majorados pelo equilíbrio entre a produção e a procura dos consumidores.

Semas

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que por influência do fenômeno El Niño, desde o mês de junho, houve redução do volume de chuvas no Estado. "Também é possível perceber a diminuição dos principais rios de regiões como Baixo Amazonas e Tapajós. Os municípios de Óbidos e Santarém estão entre os mais impactados pela estiagem e as variações são acompanhadas pela Secretaria", detalha a Semas.

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