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Pará pode ter corredor hidroviário com derrocamento do Pedral do Lourenço em 2024

Saída por água tem custo mais baixo que outros modais, e é reivindicação antiga do setor produtivo paraense

Valéria Nascimento
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Em entrevista ao Grupo Liberal, na terça-feira (26), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que está em fase de licenciamento ambiental para poder dar início às obras de derrocamento do Pedral do Lourenço. O objetivo é viabilizar o tráfego contínuo de embarcações e comboios em um trecho de 300 quilômetros de extensão, de Marabá até a foz do rio Tocantins, na baía do Marajó, já próximo de Belém. 

O Pedral do Lourenço é uma formação rochosa de 43 km de extensão no município de Itupiranga, entre Marabá e Tucuruí, no rio Tocantins, que aflora durante o período de estiagem e impede a navegação neste trecho do sudeste paraense. De uma margem à outra, o rio Tocantins tem, em média, cerca de um quilômetro de largura.

De acordo com o Dnit, a ordem de início dos serviços somente será dada após a emissão da licença de instalação, de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Só a partir da LI será possível definir uma data para que os trabalhos, que devem durar cerca de 33 meses, iniciem.

Audiências públicas

O DNIT reitera que já foram realizadas cinco audiências públicas, em julho do ano de 2019, nos municípios paraenses de Marabá, Itupiranga, Nova Ipixuna, Tucuruí e Baião, para consultar a sociedade local acerca do empreendimento.

"As audiências foram conduzidas pelo empreendedor em colaboração com o Ibama e a empresa contratada para realizar os estudos e projetos, e seguiram todos os preceitos da legislação ambiental acerca dessa fase de participação social", informou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

Sobre a obra, o órgão federal informou que entre as intervenções, estão a dragagem, que consiste na retirada de material solto no fundo do rio, e a derrocagem, que é a escavação das pedras aumentando a profundidade do canal de navegação.

A implantação dessas melhorias busca implantar um canal de navegação de aproximadamente 100 metros de largura, sem que o volume ou a vazão do rio sofram alteração.

Sonho de navegar pelo Rio Tocantins tem mais de 5 décadas no Pará

O presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Alex Dias Carvalho enfatizou que o derrocamento do Pedral do Lourenço viabilizará a hidrovia do Tocantins, "uma antiga demanda do setor produtivo", disse ele.

"A ausência de uma infraestrutura logística adequada, em um Estado com dimensões continentais como o Pará, eleva bastante os custos em transporte e inviabiliza o desenvolvimento do Estado mantendo esse paradoxo que incomoda a todos nós, de sermos um Estado rico com uma sociedade pobre", assinalou o titular da Fiepa.

Empresários do setor produtivo paraense, ouvidos pela reportagem, recordam que o sonho de remover o Pedral do Lourenço e navegar pelo rio Tocantins até o rio Araguaia por uma hidrovia tem mais de 50 anos, desde que foram iniciadas as obras da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Agora, o sonho está prestes a se concretizar.

No entanto, industriais paraenses apontam que, entre outras coisas, a saída por água tem, de fato, o custo mais baixo que outros modais, com um detalhe, não basta apenas tornar os rios navegáveis com balizamento e sinalização. Eles disseram que é preciso construir portos de escoamento para o casamento com o corredor hidroviário, e assegurar o viés logístico entre os municípios de Marabá e Baião, isto é, medidas estruturantes.

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