Golpe do emprego falso leva a roubo de dados e pagamentos indevidos; saiba como se prevenir

Especialistas recomendam observar alguns sinais para evitar prejuízos

Ádria Azevedo | Especial para O Liberal
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Golpes de empregos falsos são cada vez mais comuns no país. Dados apontam que, no Brasil, acontecem cerca de 4 mil golpes do tipo, a cada dia. Em momentos de maior procura por vagas de trabalho, aumentam as chances de ser enganado por esse tipo de proposta. Mas estar atento a alguns sinais pode ajudar a evitar ser uma vítima.

Para dar o golpe do falso emprego, criminosos oferecem uma vaga falsa, geralmente com promessa de facilidades, como trabalho por home office, baixa carga horária e altos salários, que atraem quem está em busca de uma boa colocação. São as vagas “boas demais para ser verdade”, que devem acender o sinal de alerta.

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Em geral, é disponibilizado um link, que direciona a pessoa a um site fraudulento, onde são pedidos dados como CPF e conta bancária. Com os dados da pessoa em mãos, os golpistas podem fazer a clonagem de cartões ou solicitação de créditos em bancos, por exemplo. Os dados pessoais podem também ser vendidos a terceiros.

Outra modalidade é a oferta de uma vaga mediante pagamento antecipado, como uma taxa de inscrição ou a compra de uma apostila ou curso, para que possa participar do processo seletivo. Após o pagamento, o candidato ao emprego nunca recebe nenhum desses itens, muito menos o trabalho pretendido.

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Anna Padinha, especialista em Recursos Humanos (RH) e diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Estado do Pará, chama atenção para as propostas que cobram antecipadamente para disponibilizar a vaga. “Uma prática irregular acontece quando as supostas agências de emprego já cobram para que o candidato faça a inclusão do seu currículo, trazendo uma proposta acima do esperado para o mercado, para aquela função”, explica. “Outro ponto a destacar são os sites que, no momento da candidatura, amarram um curso, uma formação para que se possa avançar nessa candidatura. Agências e empresas de consultoria não fazem esse tipo de cobrança e nem esse tipo de venda casada para que se estabeleça um encaminhamento de currículo”, alerta.

Wilker Abreu, morador de Ananindeua, quase foi vítima de um golpe do tipo. Desempregado há mais de um ano, ele tem enviado currículos pela internet, na busca de uma colocação. No início de dezembro, recebeu um e-mail, que afirmava que ele atendia os critérios para ocupar uma vaga de balconista de farmácia, mas que precisaria antes fazer um curso profissionalizante. Depois de cumprir os estudos, ele deveria enviar o certificado do curso e seus documentos, para poder acessar a vaga.

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“Eu logo desconfiei. Tenho conhecidos que trabalham em farmácia, que em nenhum momento falaram de boletos antecipados, cursos, nem nada. Fui buscar informações sobre essa escola profissionalizante de EAD [Educação à Distância], que é do Rio de Janeiro, e no site deles, logo em cima já avisavam que não faziam parcerias com farmácias ou empresas de RH”, conta. “Então foi ali que eu fiquei atento aos detalhes. Se não fosse isso, ia acabar caindo no golpe”, completa.

“Essas pessoas se aproveitam da nossa fraqueza. Ao invés de usarem as habilidades para algo bom, usam para lucrar em cima de quem já não tem de onde tirar”, lamenta Abreu. 

De acordo com Anna Padinha, é preciso que as pessoas que estão em busca de emprego fiquem alertas a esse tipo de oferta. “A dica que eu dou, para pessoas que buscam recolocação, é que avaliem se esses sites são reais, se essas consultorias existem, para que haja a segurança dessa candidatura. Alguns sites são reais, então, é exatamente essa busca que é importante”, recomenda.

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Como evitar o golpe do emprego falso

Especialistas dão algumas dicas para evitar ser vítima do golpe do emprego falso. Confira algumas:

  • Não clique em links suspeitos ou enviados por pessoas desconhecidas;
  • Não insira seus dados pessoais em sites dos quais não conhece a confiabilidade;
  • Alguns sites imitam as páginas das empresas verdadeiras. Fique atento aos detalhes, como endereço da página ou possíveis erros de ortografia;
  • Pesquise e busque referências sobre a empresa que oferta a vaga;
  • Não pague nada com antecedência, sobretudo com a inserção de dados do cartão de crédito, que podem ser reutilizados pelos criminosos para outras finalidades;
  • Desconfie se a descrição do trabalho for vaga ou muito genérica e se as informações sobre empresa e remuneração só serão dadas após a inserção de dados pessoais;
  • Pergunte nome e sobrenome do suposto recrutador, pesquise sobre ele e pergunte como conseguiu seu contato. Falta de clareza nas respostas não é um bom indicativo;
  • Observe que e-mails são utilizados nos contatos. Empresas sérias costumam se comunicar por meio de endereços oficiais, que incluem o nome da instituição.
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