Exportações de carne à China pelo Pará devem ser retomadas até semana que vem, diz setor

A expectativa de um dos representantes do segmento de carne é de que o Mapa resolva a situação o mais rápido possível

Elisa Vaz
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Até semana que vem o mercado de exportações de carnes do Pará à China deve estar normalizado, segundo o presidente da Aliança Paraense pela Carne, Francisco Victer, adiantou à reportagem.

Na última quinta-feira (2), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que a análise do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) confirmou que o caso isolado de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecido como "mal da vaca louca", detectado no município de Marabá, no sudeste do Pará, é atípico, ou seja, não oferece riscos de contaminação a outros animais e, portanto, à saúde humana.

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Segundo Victer, o primeiro passo depois da confirmação é o Mapa notificar a OMSA quanto ao resultado do exame, para que a entidade ratifique o status sanitário do Brasil, atestando que o país tem risco insignificante para o mal da vaca louca. Em conversa com a reportagem, o presidente do Sindicato das Carnes e Derivados do Pará (Sindicarne), Daniel Freire, confirmou que o relatório já foi repassado ao Ministério, que trata do restante dos trâmites junto à Organização Mundial.

“Todas as informações, desde a notificação do caso até as providências tomadas pela Adepará [Agência de Defesa Agropecuária do Pará] e o Mapa e a ratificação da Organização, são fechadas em um inquérito, que será apresentado às autoridades chinesas, em esclarecimento, como já é de praxe. E é isso que determina o restabelecimento das importações por parte da China”, explica Francisco Victer.

A reportagem solicitou informações ao Mapa, que respondeu com uma nota já publicada pelo Ministério na noite do dia 2. O texto diz que o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comunicou imediatamente o resultado da amostra ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e iniciou a inserção das referidas informações no sistema para a comunicação oficial à OMSA e às autoridades chinesas. “Assim que concluído o processo, será marcada uma reunião virtual com o governo chinês para tratar do desembargo da exportação da carne bovina ao país”.

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Inicialmente, o presidente da Aliança Paraense pela Carne havia dito à reportagem que uma comitiva com representantes do Brasil e do Pará, incluindo o presidente da Adepará, iria viajar até a China para prestar esses esclarecimentos. Mas, a nova informação é de que não haverá necessidade de encontro presencial, mas sim por videochamada, o que vai acelerar o processo. Na opinião de Victer, também é um sinal de que a situação é “tranquila” e “normal”.

“Nesta semana a reunião deve ocorrer. Esclarecidas as questões, a China pode voltar a importar do Brasil. No máximo em 10 dias a partir de hoje isso deve se normalizar. O próprio Mapa trata no menor prazo possível porque já tem todas as informações; agora aguarda agenda das autoridades chinesas”, detalha. O presidente do Sindicarne concorda: segundo ele, não há motivo para não retomar as exportações.

Perdas

Quanto aos impactos no Estado, um deles é a redução do abate, que já chegou a 30%. Mas, segundo Victer, esse percentual não deve ser ultrapassado porque existem três indústrias que exportam para a China no Pará, mas, embora elas tenham deixado de comprar carne para exportação, continuam comprando para o mercado interno e outros destinos.

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“Essa redução na aquisição de carne é pela diminuição da demanda”, diz Francisco. E os preços não devem sofrer grande impacto. O porta-voz afirma que havia uma previsão de valorização do custo do arroba do boi, mas com a suspensão de exportações para a China, houve uma leve queda, mas indicando estabilidade. “Essa diminuição da demanda não está impactando tanto no preço do boi. E, tendo uma solução rápida, nem deve impactar. Torcemos para as exportações voltarem logo - isso aumenta a demanda e faz pressão pela valorização”.

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