Exportações crescem 6% em novembro; no acumulado do ano variação ainda é negativa

Cenário demonstra reação do Pará quanto às exportações, avalia Cassandra Lobato, do Centro Internacional de Negócios da FIEPA

Amanda Engelke / O Liberal
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As exportações tiveram um desempenho positivo na balança comercial em novembro, quando o Pará exportou US$ 1,65 bilhão, com variação positiva de 5,9%. No acumulado do ano, entretanto, a variação ainda é negativa (-1,3%). Entre os meses de janeiro e novembro, as exportações totalizaram US$ 19,8 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado deixa o Pará na 7ª colocação do ranking de exportações do Brasil, com uma participação de 6,37%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Cassandra Lobato, coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN/FIEPA), avalia que a variação pequena no acumulado do ano demonstra uma reação do Pará. “A gente observa que já há quase uma equiparação aos valores do ano passado. Ainda não é o cenário ideal, mas o Pará já mostra um cenário promissor após um período desafiador de guerra, pandemia, oscilação e troca de governo, além da crise interna na China, que é nosso principal comprador internacional”, avalia.

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Assim como no restante do país, o Pará mais exporta do que importa para a Argentina. Entre janeiro e outubro, o Pará exportou US$ 34,7 milhões, quase 200% a mais do que exportou no mesmo período em 2022

Entre os principais destaques positivos estão as sementes oleaginosas, a exemplo do gergelim. Entre janeiro e novembro, as exportações desse tipo de produto cresceram 462%, representando uma variação absoluta de US$ 47 milhões no saldo de exportação. Além das sementes, a soja também teve um papel importante nas exportações. Com uma participação de 8,3%, a variação positiva de 17,3% representou um incremento de US$ 242 milhões no acumulado de 2023 em comparação com 2022.

Produtos minerais têm maior impacto

O maior impacto, entretanto, é com relação aos produtos minerais, que representam 83% das exportações. Por isso, a variação negativa de 4,46% impactou na redução de US$ 529 milhões quando se leva em conta os onze meses do ano. Também apresentaram redução quanto às exportações neste período: a alumina (-12%), o ferro (-15%), a madeira (-36%) e carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (-29%). Juntos, eles impactaram em uma redução de US$ 559 milhões nas exportações do Pará.

Por outro lado, outros produtos minerais, como o minério de cobre, cujo principal comprador é a Alemanha, e o alumínio, com o Japão sendo o principal destino, apresentam variações positivas, com 32,3% e 27,3% respectivamente. “Já tivemos cenário em que apenas um estava positivo ou que nenhum estava positivo este ano, então isso mostra um processo de equilíbrio dessas variações, mas entendendo que ele não é imediato. É um setor que investe muito em inovação, gera emprego para nosso estado, então é algo estratégico e importante”, destaca Cassandra.

Tradicionais x Não tradicionais

A coordenadora do Centro Internacional de Negócios observa ainda um cenário desfavorável aos produtos ditos tradicionais, entre eles, a madeira, o dendê e o pescado. “Todos apresentam variações negativas. Foram poucos os que ficaram positivos e um deles foi o suco de frutas, com uma variação 2,31%. Isto, muito devido ao processo de internacionalização das super frutas amazônicas, o que contribui muito para essa variação positiva, principalmente o açaí”, destaca Cassandra Lobato.

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Entre os produtos não tradicionais, a coordenadora destaca as variações positivas da soja e das sementes de gergelim. “Isto denota as commodities agrícolas tendo um bom espaço; mostra força do agro, principalmente do agro paraense nas exportações, que contribui para que a nossa balança realmente tenha essa retomada. De forma geral, a gente acredita que em 2024 o cenário seja mais favorável com o restabelecimento do comprador chines, o que vai possibilitar melhores desempenhos, como no setor de carne bovina por exemplo”, projeta Cassandra.

Importações seguem em queda

No acumulado do ano ainda, o Pará importou R$ 1,7 bilhão, o que representa uma redução de 30,1%. Levando em conta somente o mês de novembro, a redução foi ainda maior. Naquele mês, as importações representaram US$ 123 milhões, totalizando uma queda de 45,4%. Em valores absolutos, foram US$ 123 milhões a menos, em comparação com novembro do ano passado. Desta forma, o superávit da balança comercial no acumulado do ano ficou em US$ 18 bilhões, de acordo com os dados do Comex.

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