Dólar abaixo de R$ 5 cria oportunidades, mas ainda não é indicado comprar moeda americana

Economista diz que pode ser um bom momento para planejar viagens internacionais ou comprar produtos importados, por exemplo

Elisa Vaz
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A sequência de queda na taxa de câmbio - o preço do dólar em relação ao real - desencadeia uma série de oportunidades. A moeda americana acumula retração de mais de 5% em junho, considerando o resultado desta segunda-feira (19), menor patamar em um ano e abaixo dos R$ 4,80. Na terça-feira (20), a moeda fechou em estabilidade a R$ 4,79. O economista paraense Sérgio Melo diz, no entanto, que este ainda não é um bom momento para comprar dólar, no caso de quem quer investir nessa moeda.

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“Investir em dólar neste momento é, principalmente, acreditar que a moeda voltará a se valorizar. O momento indica estabilidade ou diminuição da cotação da moeda. É prudente aguardar um pouco para se posicionar em uma compra de dólar em uma eventual diminuição. Para investidores mais arrojados, a compra no momento pode fazer sentido. Porém, é sempre importante ter em mente que, para realizar esse tipo de investimento, é essencial estar munido de informações ou assessoria profissional”, destaca.

Por outro lado, ainda para os consumidores que buscam uma entrada no mercado, o especialista diz que o dólar mais baixo pode trazer diversas oportunidades. Pode ser um bom momento para planejar viagens internacionais ou comprar produtos importados, por exemplo. Para as empresas, pode ser a chance de importar máquinas e equipamentos a um custo mais baixo, o que pode ajudar na expansão dos negócios.

Impacto

“As importadoras por conta da diminuição do custo dos insumos importados, e as exportadoras por causa da diminuição da receita obtida com as exportações. A velocidade com que isso ocorre depende da forma como estão organizados os contratos das empresas importadoras e exportadoras, mas à medida que o câmbio passa a ficar em um patamar mais baixo ao longo dos meses, os efeitos passam a ser percebidos com mais intensidade”, avalia. As empresas que exportam, portanto, podem se preparar para um ambiente de câmbio menos favorável.

Influências

Vários fatores influenciam a cotação do dólar, explica Sérgio, e, a depender da conjuntura, resultam em um ciclo de alta ou de baixa da moeda americana. “Nas últimas semanas, percebe-se um arrefecimento do ciclo de alta da taxa de juros norte-americana e a manutenção, mesmo que com expectativas de baixa, da taxa de juros brasileira”, comenta.

O diferencial alto entre a taxa de juros dos EUA e do Brasil, segundo o economista, é um fator de atratividade dos investimentos financeiros estrangeiros para o território brasileiro. Isso, somado a ações do governo que visam a promover a retomada econômica brasileira, como a discussão do novo marco fiscal e da reforma tributária, faz com que o volume de dólares no Brasil aumente, e com isso a cotação do dólar caia, diz ele.

“O novo governo tem estimulado discussões que buscam garantir a estabilidade da confiança e da expectativa do mercado e se empenhado para promover ações de recuperação do emprego e da atividade econômica nacional, além daquelas ligadas à temática fiscal. Esses elementos criam um ambiente de maior segurança para os investimentos produtivos internacionais e isso faz com que o fluxo de dólares oriundo de empresas estrangeiras aumente, contribuindo para a diminuição da cotação do dólar”.

Expectativa

A Selic, taxa básica de juros do Brasil, como Melo citou, é um indicador que impacta o preço do dólar. Nesta quarta-feira (21), deve ser concluída mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), momento em que o grupo decide pela manutenção, queda ou elevação dos juros básicos do país.

A expectativa do mercado financeiro é de uma redução gradual da Selic nos próximos meses, adianta Sérgio, o que, segundo ele, deve manter no médio prazo a taxa de juros brasileira ainda em um patamar vantajoso para os investimentos financeiros internacionais.

Na última sexta (16), o banco Goldman Sachs reduziu suas projeções para a moeda americana em 2023, considerando que deve fechar o ano a R$ 4,40. O economista diz que o cenário projetado é uma possibilidade, mas isso não significa que irá necessariamente ocorrer.

“Ainda que o cenário econômico atual reflita algum tipo de estabilidade nas expectativas, é difícil ainda imaginar que um país emergente como o Brasil não possa sofrer o impacto de turbulências que possam acontecer no mercado internacional ou como efeito de algum evento climático, por exemplo. Portanto, o câmbio um pouco abaixo dos R$ 5 é uma previsão razoável no momento. A continuidade das ações que visam à estabilidade econômica é essencial para aumentar a blindagem do país a choques externos”, finaliza.

Veja as cotações do dólar em junho

  • 01/06: R$ 5,0344
  • 02/06: R$ 4,9552
  • 05/06: R$ 4,9230
  • 06/06: R$ 4,9286
  • 07/06: R$ 4,9113
  • 09/06: R$ 4,8916
  • 12/06: R$ 4,8826
  • 13/06: R$ 4,8527
  • 14/06: R$ 4,8456
  • 15/06: R$ 4,8216
  • 16/06: R$ 4,8280
  • 19/06: R$ 4,7797
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