Consumidor aponta dificuldade em arcar com reajuste dos planos de saúde

ANS autorizou aumento de 9,63%, mas a qualidade do serviço vai na contramão, aponta usuária de Belém.

Ígor Reis e Enize Vidigal

A Agência Nacional de Saúde (ANS) anunciou ontem o reajuste máximo de 9,63% nos valores dos planos de saúde individual e familiar. O percentual é váliso para o período de 1º de maio de 2023 até 30 de abril de 2024. As diferenças no valor das mensalidades reajustadas de maio e junho serão cobradas de forma retroativa nos meses de julho e agosto, respectivamente. 

O percentual anunciado pela ANS supera a inflação acumulada nos últimos 12 meses, que foi de 3,94% até maio, no Brasil, tomando como  base o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em Belém, a aposentada Antônia Assumpção, de 73 anos, paga mensalidade de R$ 897 em um plano de saúde coparticipativo com o adicional de R$ 30 referente à taxa de uso de ambulância. No coparticipativo, o usuário paga uma tarifa menor que é acrescida de taxas de serviços quando utilizados. “Esse aumento vai ficar em torno de R$ 90. Se aumentar a ambulância, eu tiro (o serviço de ambulância do plano). Acho um absurdo (o aumento). Eu fiquei anos sem usar (o plano)”, disse ela, que vai procurar a operadora do plano para verificar exatamente quanto vai ficar essa despesa com o reajuste.

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Atualmente, o custo do plano de saúde é a maior despesa paga por Antônia. “Plano de saúde é uma necessidade. Tomo remédios contínuos de diabetes, sendo que um deles custa R$ 400, e ainda pago hidroginástica e musculação para manter a saúde. O custo do plano é altíssimo, tenho amigos que estão deixando de pagar porque não têm mais condição. Os planos repassam na íntegra os aumentos que o governo autoriza. Enquanto isso, o atendimento está definhando, alguns médicos já não querem atender pelos planos. Eu tive crise de labirintite e, ao chegar no hospital, não havia Dramin (remédio para náusea)”, critica

O reajuste afeta os 267.428 beneficiários das 312 operadoras ativas de planos de saúde individuias/familiares em todo Pará (dados da ANS referentes aos mês de abril de 2023). "O índice definido pela ANS para 2023 reflete a variação das despesas assistenciais ocorridas em 2022 em comparação com as despesas assistenciais de 2021 de beneficiários de planos de saúde individuais e familiares", explicou o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.

A medida não atinge planos coletivos, como os empresariais, por exemplo. Assim, de acordo com a ANS, o reajuste vai afetar 8 milhões de clientes, cerca de 16% do total de consumidores de planos de saúde no Brasil.

Durante o anúncio do reajuste, a associação orientou a todos os consumidores a ficarem atentos aos seus boletos dos planos de saúde. É necessário verificar se o percentual de reajuste foi igual ou inferior ao teto de 9,63% e se a cobrança só veio após o mês de aniversário do contrato.

Em caso de dúvidas ou irregularidades, o consumidor pode falar com o próprio plano de saúde ou com a ANS, através do telefone 0800-701-9656, pelo site www.gov.br/ans ou pela Central de Atendimento a Deficientes Auditivos: 0800 021 2105.

 

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