Cebola é uma das grandes vilãs da inflação no Pará e no Brasil

Preço da hortaliça dificulta a vida de quem trabalha, por exemplo, com a venda de comida

O Liberal
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A cebola, largamente utilizada na cozinha brasileira e paraense, tem se tornado um item de difícil acesso para a população devido à alta dos preços. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial do País e foi divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (10), o produto foi o que mais encareceu no ano passado entre todos os analisados pelo IPCA, acumulando alta de 130,14% de janeiro a dezembro de 2022. Apenas na Grande Belém, segundo outro estudo já divulgado pelo Dieese-PA, a hortaliça apresentou alta de 173,3% no ano que se encerrou. Na capital paraense, hoje, é possível encontrar o preço do quilo da cebola variando entre R$ 7,99 e R$ 11,99, em supermercados e feiras.  

Segundo o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, isso se deve ao fato de a cebola consumida no Pará ser importada de outras regiões do País, principalmente do sul e sudeste, os quais estão passando por algumas intempéries climáticas, como fortes chuvas, o que afeta diretamente a produção e encarece o preço. “Não só a cebola, mas outros itens, como tomate, cenoura e batata passam por esse mesmo problema, contudo, no caso específico da cebola, já estamos com um pequeno recuo dos preços e a tendência é continuar assim”, avaliou.

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Enquanto o preço não cede de maneira mais robusta, quem precisa da hortaliça para trabalhar tem que se virar como dá. É esse o caso da cozinheira Suélen Oliveira, de 32 anos. Moradora do bairro Parque Verde, em Belém, ela trabalha de maneira autônoma, há pelo menos seis anos, com a venda de marmitas e de comidas típicas sob encomenda. Diz que, por dia, chega a comercializar de 25 a 30 quentinhas e que os pratos mais procurados pelos clientes são justamente os que levam bastante cebola, como bife acebolado, calabresa acebolada e chapa mista. “Nesta semana, fui ao supermercado, peguei oito cebolas de tamanho médio e o preço deu R$ 17, que é mais caro do que o valor que eu cobro no meu prato, que custa em média R$ 15”, comentou. 

Para equilibrar o orçamento e não deixar de atender os clientes, Suélen conta que usa algumas estratégias, como frequentar o supermercado em dia de promoções de hortaliças e de contar com o apoio da família. “Minha mãe, por exemplo, mora em Mosqueiro e, às vezes, a cebola está mais barata lá do que aqui, então, peço pra ela trazer pra mim. Estou gastando, em média, de R$ 15 a R$ 20 por dia apenas com cebola”, informou. 

Microempresário precisou tirar alguns pratos do cardápio

A mesma situação vive o microempresário Augusto Lemos, que trabalha com a venda de potes de comida gourmet, com entrega em diversos pontos da capital paraense. Os preços dos potinhos de Augusto variam de R$ 10 a R$ 12 e a cebola tem pesado no orçamento dele, que atua no ramo há cerca de seis anos. “Desde o ano passado, os preços dessa parte de hortifrutis realmente estão bem complicados, e a gente utiliza muito nos nossos pratos de hoje. Para você ter uma ideia, tem certas comidas que eu não consigo mais trabalhar no nosso cardápio devido ao impacto tão alto do preço desses produtos. Principalmente cebola, batata, cenoura, entre outros. Mas a cebola, sem dúvida, é um grande vilão, principalmente para quem vende no preço que eu vendo, que está bem abaixo do mercado. Eu acabo tendo que arcar com certas despesas para não repassar isso aos nossos produtos. Espero que as coisas melhorem num futuro breve”, analisou. 

Confira as altas acumuladas no preço da cebola, pelos principais índices:

  • Segundo o IPCA, do IBGE, a cebola acumulou alta de 130,14% de janeiro a dezembro de 2022, em todo o País. 

  • De acordo com o Dieese-PA, apenas na Grande Belém, o preço da hortaliça foi reajustado em 173,3% em 2022.

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