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Alemanha abre vagas para enfermeiro do Brasil com salário inicial de mais de R$ 14 mil

Salários podem ser até cinco vezes maiores do que no Brasil. Veja o que precisa para ser enfermeiro na Alemanha e qual é o salário em detalhes

O Liberal
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Com um processo de seleção rápido, o governo da Alemanha abriu vagas para enfermeiros estrangeiros, e os brasileiros estão entre os alvos dos germânicos para suprir um mercado que tem decrescido lá. O salário inicial é de 2.800 euros, o que equivale a cerca de R$ 14,6 mil.

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Em 2016, Thaiza Maria Silva Farias, uma enfermeira brasileira recém-formada e sem experiência profissional, contou para a BBC Brasil ter recebido uma oferta de emprego em um hospital em Darmstadt, na Alemanha. Selecionada por uma empresa de Frankfurt, Thaiza viu a oportunidade de aprender outro idioma e trabalhar na Europa como um desafio empolgante.

O processo de seleção foi rápido, e Thaiza e outros enfermeiros brasileiros selecionados iniciaram aulas intensivas de alemão para alcançar o nível B2, requisito mínimo para profissionais de saúde na Alemanha. O curso foi pago pela empresa de recrutamento, que também ofereceu uma bolsa para que os selecionados se dedicassem exclusivamente ao estudo do idioma.

Assista ao vídeo de um enfermeiro brasileiro na Alemanha:

Escassez de enfermeiros no país

Esse tipo de recrutamento de profissionais de saúde no exterior tornou-se comum na Alemanha devido à escassez de enfermeiros no país, principalmente em cidades menores e em lares para idosos. O governo alemão enfrenta dificuldades para suprir essa demanda apenas com profissionais formados no próprio país.

Em 2022, havia 146 mil enfermeiros generalistas em treinamento na Alemanha, e cerca de 52,3 mil começaram seus estudos no ano passado. Porém, esse número apresentou uma queda de 7% em comparação a 2021. Diante dessa realidade, o governo alemão visa atrair enfermeiros qualificados do exterior para suprir essa demanda crescente.

Apenas cerca de 1% a 2% dos enfermeiros formados na Alemanha possuem licenciatura, enquanto a maioria possui uma formação técnica. Defensores da licenciatura argumentam que o ensino auxilia na função de promover educação em saúde para a equipe e a sociedade em geral.

Em 2021, já havia 8,3 mil enfermeiros treinados no exterior atuando na Alemanha, um aumento significativo em relação aos 4,9 mil de 2017. Com o objetivo de impulsionar o recrutamento de enfermeiros, ministros do Trabalho e das Relações Exteriores da Alemanha estiveram no Brasil em junho de 2022.

No mesmo ano, o governo alemão assinou um contrato com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) do Brasil, permitindo a contratação de profissionais brasileiros. O plano é selecionar 700 enfermeiros brasileiros por ano, e atualmente cerca de 200 já estão trabalhando na Alemanha com base nesse acordo, enquanto outros 374 estão concluindo os cursos de alemão para se juntarem a eles.

O que precisa para se candidatar?

Para se candidatar às vagas de enfermeiros na Alemanha, os interessados devem possuir um diploma de Bacharel em Enfermagem e a carteira verde do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) do Brasil.

O governo alemão informa que o recrutamento de enfermeiros pode ser feito tanto pelo Estado quanto por empresas privadas. No caso do governo, a seleção é conduzida pela Agência Central de Colocação Internacional e de Especialistas (ZAV) da Agência Federal de Emprego, mesmo antes da equivalência da qualificação profissional adquirida no exterior com a ocupação de referência ser estabelecida.

As empresas privadas também podem recrutar enfermeiros, porém o Ministério da Saúde alemão destaca a importância de os candidatos escolherem empresas com o selo de "recrutamento justo". Isso garante que o processo de recrutamento seja transparente, compreensível e justo, além de ser gratuito para os candidatos, incluindo cursos de idiomas, já que todos os custos são suportados pelo futuro empregador.

O governo alemão disponibiliza informações em português para os interessados, com o passo a passo do processo de inscrição. No caso da seleção pelo governo, a ZAV organiza todo o processo, fornecendo instruções e traduções dos documentos necessários para serem apresentados ao órgão responsável pelo reconhecimento dos diplomas na Alemanha.

Os custos desse processo são cobertos pelo empregador, e uma bolsa mensal de 500 euros (aproximadamente R$ 2,6 mil) é oferecida aos selecionados para que possam se dedicar integralmente ao estudo do idioma. Após atingirem o nível B2, os selecionados recebem passagens de avião e acomodação na Alemanha até a validação de seus diplomas.

O Ministério da Saúde alemão afirma: "Especialistas em enfermagem com diplomas ou qualificações em países terceiros, como o Brasil, têm excelentes oportunidades de encontrar empregos como especialistas médicos ou enfermeiros na Alemanha. Vocês são muito bem-vindos".

Salários atraentes e desafios enfrentados

Os salários na Alemanha podem ser até cinco vezes maiores do que no Brasil. De acordo com o acordo estabelecido, o pagamento inicial é de 2.800 euros por mês (cerca de R$ 14,6 mil), após deduções de impostos e seguro de saúde, com possibilidade de aumentos e promoções na carreira, conforme afirmação de Cabral.

Thaiza Maria Silva Farias ressalta que outros fatores podem influenciar o valor do salário, como a experiência do profissional, plantões com adicional noturno e os planos de carreira de cada hospital.

No entanto, é importante destacar que a mudança para a Alemanha não é simples. Durante o período em que estudava alemão, Farias recebia uma bolsa de apenas 300 euros por mês (cerca de R$ 1,5 mil), o que era insuficiente para cobrir todas as despesas.

Além disso, antes da validação oficial do diploma na Alemanha, Farias e outros colegas trabalharam como auxiliares de enfermagem, recebendo um salário de 1.300 euros por mês (aproximadamente R$ 6,8 mil). Embora esse valor possa parecer alto em reais, é necessário considerar que os custos de vida são em euros.

A adaptação ao idioma também é um desafio significativo. O conhecimento adquirido no Brasil não é suficiente para se comunicar com a equipe nos hospitais alemães. É necessário aprender uma ampla variedade de termos técnicos, o que só pode ser alcançado por meio de cursos específicos ou no ambiente hospitalar, afirma Farias.

Essa dificuldade com o idioma pode gerar tensões no ambiente de trabalho. Alguns enfermeiros brasileiros são bem recebidos pela equipe, mas outros não. Os enfermeiros alemães muitas vezes não compreendem a formação acadêmica dos profissionais brasileiros e ficam inseguros, temendo que possam representar riscos aos pacientes. As equipes de trabalho ainda não estão totalmente preparadas para receber enfermeiros estrangeiros. Essa falta de preparo pode levar à frustração, uma vez que se espera que os profissionais estrangeiros já possuam pleno conhecimento e habilidades, quando na realidade existe um processo contínuo de aprendizado e adaptação.

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