Um norte para uma nova Semana de Arte Moderna: artistas reinterpretam acontecimento histórico

Em São Paulo, exposição coletiva da Galeria b_arco com trabalhos de paraenses reflete sobre novos rumos para as artes brasileiras

Lucas Costa
fonte

No ano do centenário da Semana de Arte Moderna, evento que marca uma virada na percepção artística do país, novas indagações querem motivar novos caminhos às artes. Nesse sentido, a Galeria b_arco, de São Paulo, apresenta a exposição “+100 = 22/Quantos Patos na Lagoa?”, com curadoria de Izabel Pinheiro e Renato De Cara, aberta para visitação até o dia 5 de março.

A mostra coletiva conta com trabalhos de três paraenses: Armando Queiroz, Emídio Contente e Mariano Klautau Filho. Eles se juntam na exposição com nomes de diferentes territórios: Alexandre Ignacio Alves, Arivânio Alves, Charles Lessa, Danilo Oliveira, Link Museu, Luís Só, Matheus Guilherme, Maura Grimaldi, Paulo D’Alessandro, Regina Johas, Renata Felinto, Renata Laguardia, Uberê Guele e Ulysses Bôscolo.

Em reflexões sobre novos caminhos nas artes, referenciando a Semana de Arte Moderna, Emídio Contente apresenta a obra inédita “Olhe Para o Norte”. Trata-se de uma bandeira em vermelho, com o título da obra escrito em letras maiúsculas ao centro.

Sobre posicionar a arte do norte brasileiro, Emídio conta que viu na mostra a oportunidade ideal de apresentar a obra, principalmente considerando a referência ao evento que completa 100 anos em 2022.

“Foi um marco importante nas artes para o Brasil, mas não podemos esquecer quanto foi um evento que aconteceu em São Paulo, para a sociedade de São Paulo e com artistas em maioria sudestinos, pelo menos os que tiveram maior destaque historicamente até”, explica Emídio.

Sobre a peça que apresenta, o artista explica que há uma indagação que chega a uma espécie de linguagem universal sobre o sentido de “Norte”, que vai além de atrair atenção para a arte nortista. 

“‘Olhe para o Norte’ é uma provocação a se olhar para o Norte que o espectador tem como referência. É o Norte do Brasil? Sim. É um Norte de ‘encontrar-se’ em um sentido mais filosófico mesmo? Também. É ‘Olhe para o Norte’. Talvez nesse momento em que todos nós estamos reavaliando ou reorganizando, readaptando as nossas vidas, buscar um Norte é o que todos queremos ou merecemos talvez”, justifica.

Renato De Cara, um dos curadores de “+100 = 22/Quantos Patos na Lagoa?”, explica sobre como cada artista interpretou a Semana de Arte Moderna de uma maneira. Mariano Klautau, por exemplo, apresenta um pôster em lambe fictício, feito a partir de pesquisas sobre os modernos do Pará. Já Armando Queiroz referencia a tradição da avó de seu filho, que era curandeira.

“Tem ainda o Alexandre Ignacio Alves, que é da de São Paulo e fez um díptico com retratos do antigo proprietário da ‘Abapuru’ que é o Forbes, um milionário aqui do do Brasil e que vendeu, por sua vez, para o Constantini, um argentino, com quem está o ‘Abaporu’ agora. Ele chama os dois retratos de ‘Abaporus’”, destaca o curador.

A exposição “+100 = 22/Quantos Patos na Lagoa?” fica aberta até o dia 5 de março. A Galeria b_arco fica na Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 445 - 2º andar, no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP).

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA