Raidol indica álbuns da lista dos 50 melhores da APCA para curtir

O cantor, que também teve o disco 'Mandinga', incluído na seleta lista, recomendou as obras de cantoras negras selecionadas.

Enize Vidigal
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O cantor e compositor Raidol, único paraense na lista dos 50 melhores álbuns do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), este ano, com o seu “Mandinga”, recomenda outros três álbuns da lista da APCA 2022. AS indicações do artista são de três cantoras negras: Luedji Luna, Xênia França e Bia Doxum.

A lista de Melhores do Ano da APCA, foi elaborada pelos principais jornalistas e avaliadores da música independente no país que avaliaram mais de 300 discos. Lançado em novembro pelo Natura Musical, através da Semear, “Mandinga” mostra a diversidade nortista passeando pela pisadinha, house, eletrocumbia, carimbó, surf music e guitarrada.

image Luedji Luna (Divulgação)

 

“De cara, eu coloco Luedji Luna com a versão deluxe de ‘Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água’. Essa produção é um enaltecimento da mulher preta e a humanização dela como mulher que ama e sofre diversas discriminações e, muitas vezes, pensa que não é merecedora desse amor. É um disco extremamente importante para o Brasil que a gente vive. Todo mundo deveria escutar”, descreve Raidol.

Confira o álbum audiovidual completo de 'Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água' aqui.

Nesse álbum, a baiana Luedji apresenta as faixas “lado B” de “Bom Mesmo É Estar debaixo D’água” com faixas que não entraram no disco original. O tema é o amor na perspectiva de mulheres negras. O projeto tem participações especiais de artistas nacionais e internacionais, como a cantora etíope-estadunidense Mereba, da trilha sonora do filme “Queen & Slim” (2019) e ganhadora do BET Awards, em 2020; o MC americano Oddisee; e a MC carioca N.I.N.A.

“A outa produção que eu amei é da Xênia França, “Em Nome da Estrela”. Pra mim, ela é uma das mais chiques e elegantes que existe no Brasil. É um disco cuidadosamente, minuciosamente preparado, com arranjo muito refinado, letras potentes e, ao mesmo tempo, não é um disco pop, mas que vai para uma pegada contemporânea, cheio de conceito”, conta Raidol.

“Em Nome da Estrela” é um disco autoral da baiana Xênia, que é ancorado em diferentes tradições da música negra, marcado pela percussão afro-baiana, pelo uso ostensivo de sintetizadores e o canto que passeia pelo jazz, soul e R&B.

 

image Bia Doxum (Vitor Azevedo/ Divulgação)

“Também acabei de escutar o disco e estou muito impressionado com Bia Doxum, “ÀTÚNWA”, que é um disco com várias músicas dedicadas aos orixás e à encantaria. Eu acho que é muito necessário porque ela também é uma mulher preta que aborda esses temas de forma muito aberta sobre amor, sobre sentimentos não tão bons, mas sempre levando essa experiência de uma pessoa que é do santo e os dogmas que ela segue. Ela tem uma pegada do rap”, discorre Raidol.

Ouça o álbum ÀTÚNWA aqui.

“ÀTÚNWA” é o segundo disco da cantora, compositora e MC paulista Bia Doxum. A artista apresenta o repertório que vai do ijexá ao soul e do axé ao hip hop, com uma linguagem sonora contemporânea que reafirma a ancestralidade.O nome do álbum vem do conceito yorubá para aquilo que o Ocidente entende como reencarnação, significando "aquele ou aquela que volta novamente". 

 

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