CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Pará, São Paulo, Itália e Estados Unidos: Emilly Nunes tem ganhado as passarelas do mundo

A paraense viralizou após desfilar no Milan Fashion Week, deste mês

Bruna Dias
fonte

A jovem que vendia chip de telefone nas ruas do centro comercial de Belém foi parar nas passarelas de moda do mundo. A paraense Emilly Nunes, 24, entrou na passarela do Milan Fashion Week, na Itália, pela Diesel, e parecia flutuar. Com um look que valorizava as suas curvas, nas cores do Brasil, a descendente indígena mostrava uma beleza única e regional.

Nas passarelas do mundo, pouco se vê modelos com traços iguais ao de Emilly e muitas vezes essa falta de representatividade, faz com que algumas meninas não se enxerguem fazendo sucesso na moda.

VEJA MAIS

image Quem é a modelo indígena do Pará que é destaque na moda em MiIão?
Emilly Nunes tem desfilado para grifes de luxos mundiais em várias semanas de moda do mundo.

image Emilly Nunes promove evento de valorização da cultura indígena!
A top model é embaixadora do Festival “Jaraguá é Guarani”

image Paraenses marcam presença na passarela do Paris Fashion Week
Do Jurunas, Carliane Paixão tem agenda cheia no evento. Emilly Nunes fez sua estreia na semana de moda europeia

Proveniente de indígenas da comunidade Aruans, a modelo Emilly Nunes fez sua estreia nas passarelas internacionais em 'nada mais nada menos' que na primeira semana de moda de Milão, que ocorreu no primeiro semestre, depois disso ela retornou ao segundo evento do ano e para a mesma marca, o que mostra a consolidação do seu trabalho.

Emilly Nunes nasceu em Belém, capital paraense, mas foi criada na Ilha do Marajó, em Salvaterra. A jovem sonhava com as passarelas desde criança, quando usava os saltos da sua mãe para desfilar entre os cômodos da residência onde morava. Foi dentro de casa que ela teve inspiração, já que a sua mãe realizou alguns trabalhos como modelo.

A pauta indígena é um dos assuntos que a jovem leva para as suas redes sociais para influenciar pessoas e explicar mais sobre o tema.

Em 2020, a carreira da paraense começou. Emilly Nunes foi descoberta nas telas do smartphone, um ano antes. As suas fotos postadas no Instagram, após um desfile em um shopping de Belém, foram parar nas mãos do scouter (profissional responsável por identificar e selecionar candidatos para se tornarem modelos) Vivaldo Marques até chegarem em Anderson Baumgartner, diretor da Way Model.

Com o start na carreira, ela saiu do Pará foi para São Paulo. Recentemente, ela passou a morar em Nova York. Mas agora, Emilly Nunes vive sempre com a mala arrumada, já que ela trabalha pelo mundo.

O rosto com os traços paraenses marcantes, fazem os holofotes virarem para ela. Ao longo desses quatro anos, ela estampou dezenas de revistas, como Vogue, Marie Claire e Bazar, e fez outras tantas campanhas publicitárias. Não é difícil encontrar o rosto de Emilly por onde passamos.

Este ano ela foi recordista em desfiles no São Paulo Fashion Week. A paraense entrou 17 vezes na passarela, para marcas como Lenny Niemeyer, Apartamento 03 e Misci.

Confira a entrevista exclusiva com Emilly Nunes:

Emilly, quem te acompanha, te vê crescendo na carreira, como avalia a tua trajetória?

EN: Recebo muitas mensagens das pessoas que acompanharam todo esse processo, falando que estão muito felizes, que sabiam que isso aconteceria cedo ou tarde. Fico muito agradecida e feliz.

Muitas pessoas ainda se assustam quando descobrem que és do Pará, como tem sido essa receptividade e surpresa dos teus conterrâneos?

EN: Acho que muitos se assustam exatamente pelo histórico que temos com as poucas oportunidades que sempre tivemos, então é lindo ler tantas mensagens de pessoas dizendo que estão felizes que eu seja do Pará, e do quanto eu tenho orgulho de falar do meu amado Pará.

Para quem ainda não sabe a tua história, fala um pouco como fostes descoberta? Como era a tua vida como vendedora?

EN: Eu fui descoberta em 2019, em um desfile em um shopping. Em 2020, dei início à minha carreira profissionalmente, quando me mudei para São Paulo e comecei.

Eu trabalhava na rua, ali no Ver-o-Peso, tinha a meta de vender dez chips por dia, na época trabalhava para ajudar em casa e tentar pagar minha faculdade de Administração.

A tua carreira não começou do nada, sempre almejavas esse desejo de modelar, como fostes nutrindo esse sonho na infância?

EN: Sempre sonhei e um dos motivos pelo qual meu sonho sempre foi nutrido é porque minha mãe trabalhou como modelo, sempre a via fazendo trabalhos, então sonhava ser modelo também.

A gente te vê estampando campanhas, capas de revistas e em passarelas, qual a função que mais ti sentes realizada?

EN: Eu me sinto realizada com todas! (risos). Todas têm uma força especial e singular, por isso são igualmente importantes para mim.

Tu és descendente indígena e leva essa bandeira para a tua vida, como tem sido essa tua luta e caminhada?

EN: Sempre estou por dentro de tudo o que está acontecendo e trazendo essas pautas nas minhas redes, onde me comunico com as pessoas. Muitas ainda têm uma visão muito distorcida das pautas indígenas, então acho de extrema importância falar disso e trazer visibilidade às necessidades e pautas indígenas.

Esse ano realizastes trabalhos para grifes luxuosas do mundo, como foi ter a notícia que irias desfilar para grandes marcas?

EN: Eu fiquei muito feliz. A primeira vez que desfilei para a Diesel, quando estreei nas passarelas internacionais, foi um sentimento sem igual. Agora, foi a segunda vez, e estou muito feliz!

Quais são os sonhos e planos da Emilly Nunes?

EN: O meu sonho agora é consolidar a carreira internacional.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA