Pará forma jovens talentos paraenses da música clássica para o mundo

Jovens do projeto Vale Música ultrapassam fronteiras e seguem carreira em importantes orquestras e instituições de ensino nacionais e internacionais

O Liberal
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Em 20 anos de atividade, o projeto Vale Música, que forma crianças e jovens musicistas, já beneficiou cerca de 5 mil pessoas por meio da aprendizagem musical. Histórias de vida refletem trajetórias de talento e dedicação.

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O contrabaixista Filipe Yure Pereira Coimbra integra o projeto há 14 anos. O músico conquistou uma vaga na Academia Filarmônica de Minas Gerais, umas das mais conceituadas do Brasil. O acadêmico passou por um rigoroso processo de seleção e já planeja os próximos passos da carreira. “A expectativa é de um dia poder fazer parte da Filarmônica como músico efetivo. Minha meta para essa nova caminhada é conseguir somar com essas pessoas e mostrar meu interesse em crescer cada vez mais na música, além de conseguir ajudar jovens como eu a trilhar o seu caminho”, comenta.

Quem também vai realizar um sonho é a jovem Jaqueline Louzada, que está há 19 anos no Projeto Vale Música Belém. A trompista foi aprovada em uma seleção internacional para cursar o mestrado em Performance na Zurich University of the Arts (ZHDK), na Suíça. Concorrendo com músicos de todo o mundo em uma seletiva que durou vários meses, Jaqueline conta que o processo foi desafiador, mas vai trazer recompensas.

“Acredito que essa será uma grande mudança, marcando a minha primeira experiência de residir fora de Belém. Tenho expectativas de aprender ainda mais e aproveitar plenamente a experiência de estudar fora do Brasil. Sem dúvida, cursar o mestrado em Performance na ZHDK abrirá novas e valiosas possibilidades profissionais”, comenta.

O Vale Música Belém já revelou inúmeros talentos para o Brasil e o mundo. Desde 2004, foram cerca de 32 crianças e jovens aprovados em seletivas em diferentes estados e países. Em 2022, o projeto levou 16 alunos para Dubai, nos Emirados Árabes, para se apresentar na reconhecida Expo Dubai. O trompetista Yuri Gibson é mais um exemplo de sucesso do projeto. Ele também foi aprovado para estudar na Academia Filarmônica de Minas Gerais. O jovem paraense, de origem humilde, conta que sua dedicação e o Vale Música fizeram toda a diferença para alcançar objetivos na carreira musical.

“Venho de uma família pobre, já passei dificuldades. Às vezes, minha mãe deixava de comprar comida para me dar o dinheiro da passagem de ônibus para eu ir para escola de música ter aulas e estudar. Com isso, eu me dediquei todos os dias para estar em níveis melhores. Depois dessa aprovação, consegui alcançar outro patamar. Sem o Projeto Vale Música Belém, confesso que não seria nada e não sei o que estaria fazendo da vida. O projeto abriu uma oportunidade muito grande para mim. Entrei com apenas 7 anos de idade e estou lá até hoje! Foi dentro do Vale Música que comecei a minha vida de fato. Não cresci só como músico, mas também cresci como pessoa de caráter. O projeto foi a minha base para eu alcançar essa aprovação”, diz.

Para Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, o projeto tem um propósito que vai muito além das fronteiras. “O Programa Vale Música amplia os horizontes de crianças e jovens ao mostrar que a música tem o potencial de transformar vidas, até mesmo como perspectiva de futuro profissional. Desde 2004, o projeto Vale Música Belém, sem dúvida, tem cumprido essa missão ao contribuir para transformar os acordes em sonhos realizados e em novos caminhos para seus estudantes, dentro e fora do Brasil”, afirma.

Quem também está na trilha do sucesso e promete dar ainda mais orgulho para a família em sua trajetória pela música é o trompista Ezequiel Rocha. Ele faz parte do time de alunos aprovados em seletivas para a Orquestra Sinfônica do Paraná e para a Academia da Filarmônica de Minas Gerais. Ezequiel, integrante do projeto há quase 13 anos, optou e vai poder mostrar seu talento na Orquestra Sinfônica do Paraná. Sou o Vale Música, seu sentimento é de gratidão. “Sou muito grato desde o início, até o momento, em poder fazer parte dele, e do Vale Música também fazer parte da minha vida”, comenta.

Para a coordenadora do projeto, professora Marília Caputo, à medida que esses jovens se preparam para embarcar em suas novas jornadas, eles levam consigo não apenas habilidades musicais, mas também a determinação e a resiliência que aprenderam ao longo do caminho. “As histórias desses alunos e ex-alunos do projeto Vale Música são, para nós, um lembrete poderoso do potencial ilimitado que pode ser desbloqueado quando a música se torna uma ferramenta para o empoderamento e a transformação pessoal”, reflete a musicista.

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