Exposição de Felipe Bandeira reúne registros de manifestação cultural quilombola de Salvaterra

'Imagens de Campo: Os Jogos de Identidade Quilombola', de Felipe Bandeira, reúne 30 registros que podem ser conferidos até o dia 12 de março

Lucas Costa
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Uma manifestação cultural de comunidades quilombolas marajoaras é tema de uma exposição fotográfica, que ocupa atualmente o hall de entrada do prédio Mirante do Rio, na Universidade Federal do Pará (UFPA). “Imagens de Campo: Os Jogos de Identidade Quilombola”, de Felipe Bandeira, reúne 30 registros que podem ser visitados até o dia 12 de março. A entrada é gratuita.

Felipe é antropólogo visual, formado pela UFPA, e atualmente é pesquisador em um programa de pós-graduação da instituição. Foi de lá, inclusive, que surgiu a iniciativa que resultou na exposição. O fotógrafo também possui origem quilombola, de Mangueiras, um dos quilombos que cerca o município de Salvaterra, na Ilha do Marajó.

No ano passado, o grupo pesquisa fazia uma excursão na Ilha do Marajó, coincidentemente no mesmo período em que ocorria os Jogos de Identidade Quilombola - uma espécie de festividade onde todos os quilombos do entorno de Salvaterra se reúnem em um só, para um série de jogos, brincadeiras, danças e rodas de conversa.

Felipe conta que viu a oportunidade e convidou Denise Machado Cardoso, coordenadora do grupo de pesquisa que também assina a curadoria da mostra, para visitar o evento.

“É um evento muito legal. Todos os quilombos vem para um único que está sediando, e são quatro dias de muita dança, comidas típicas, jogos e rodas de conversa sobre existir, resistir, e toda essa efervescência de identidade e cultura que existe nos quilombos ainda, e que eu espero que exista por muito tempo”, descreve Felipe.

Antropólogo visual, ele desenvolve trabalhos na perspectiva de gênero, sexualidade e masculinidade, incluindo também os quilombos. “É por uma questão étnica do lugar que eu venho, e coisas que passamos por ser quilombolas. Acho que devo isso às minhas raízes. É minha ancestralidade”, explica Felipe.

Quando voltaram da excursão, Felipe relembra que começou a organizar o acervo fotográfico, e foi então que percebeu que tinha material suficiente para uma exposição e o grupo começou a organizar a mostra.

“Fiz a separação das fotografias e busquei demonstrar com essas imagens como eu vejo o meu universo quilombola, as minhas raízes; como é que eu enxergo as coisas que nós passamos e as lutas que nós travamos, em todo esse tempo que a gente resiste naqueles quilombos ao redor de Salvaterra”, relembra.

Unindo a antropologia e a fotografia, Felipe quer ajudar a mudar a forma como os povos quilombolas ainda são vistos nos dias atuais. “O olhar da antropologia as as fotografias é maneira que eu encontro pra explorar  mundo. Acredito que posso contribuir de algum modo para que diminua os preconceitos que se tem contra nós que somos quilombolas, direta ou indiretamente”, justifica.

Agende-se:

Exposição "Imagens de Campo: Os Jogos de Identidade Quilombola”
Visitação: até 12/03, de 9h às 16h;
Local: Hall de entrada do Mirante do Rio, UFPA Campus Guamá

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