Nos 132 anos da 'Lei Áurea', livro de Laurentino Gomes relembra período da história brasileira

Primeiro livro da trilogia, 'Escravidão' cobre um período de 250 anos, entre o primeiro leilão de cativos africanos registrado em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares

Redação Integrada de O Liberal
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O jornalista e escritor paranaense Laurentino Gomes lançou na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, o primeiro volume de uma trilogia dedicada à história da escravidão no Brasil.

Lançada pela Globo Livros, a obra cobre um período de 250 anos, entre o primeiro leilão de cativos africanos registrado em Portugal, no dia 8 de agosto de 1444, até a morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695.

Os dois volumes seguintes, com publicação no segundo semestre de 2020 e 2021, serão dedicados ao auge do tráfico negreiro, no século XVIII, em que mais de dois milhões de africanos foram transportados para o Brasil, ao movimento abolicionista e ao fim da escravidão, pela Lei Áurea de 13 de maio de 1888.

Com 30 capítulos e 480 páginas em caderno de imagens, incluindo mapas e tabelas, Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares reúne uma série de ensaios e reportagens de campo, resultado de seis anos de trabalho de pesquisas, período em que o autor visitou centros de estudos, bibliotecas, museus e locais históricos de doze países em três continentes.

No Brasil, Laurentino Gomes visitou quilombos no Estado da Paraíba; antigos engenhos de cana-de-açúcar de Pernambuco e do Recôncavo Baiano; a Serra da Barriga, em Alagoas, onde morreu Zumbi dos Palmares; as cidades históricas do ciclo do ouro e diamante em Minas Gerais; as fazendas dos barões do café no Vale do Paraíba, em São Paulo; e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, maior porto de desembarque de escravos do mundo no século XIX.

Embora o foco principal do trabalho seja o Brasil e a África, este primeiro volume da trilogia também traz alguns capítulos sobre a escravidão em outros períodos da história da humanidade, como na Grécia Antiga, no Egito dos faraós, no Império Romano, nos domínios do islã e no próprio continente antes da chegada dos portugueses.

“Eu considero a escravidão o assunto mais importante da história do Brasil”, afirma Laurentino Gomes.

“Tudo que já fomos no passado, o que somos hoje e o que seremos no futuro tem a ver com as nossas raízes africanas e a forma como nos relacionamos com elas. E essas raízes são mais profundas do que se imagina. Fomos a maior sociedade escravagista do Hemisfério Ocidental por mais de trezentos anos. Quarenta por cento de todos os doze milhões de cativos africanos trazidos para as Américas tiveram como destino o Brasil. Portanto, sem estudar a escravidão seria impossível entender o que somos hoje e também o que pretendemos ser no futuro”.

Paranaense de Maringá e seis vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor de 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro; 1822, sobre a Independência do Brasil; e 1889, sobre a Proclamação da República.

Somados, os três livros venderam mais de 2,5 milhões de exemplares no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos. Há ainda O caminho do peregrino, em coautoria com Osmar Ludovico da Silva.

Seu primeiro livro também foi eleito o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras e publicado em inglês nos Estados Unidos. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação pela Universidade de São Paulo, é membro titular da Academia Paranaense de Letras.

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