Morre Manezinho do Sax, referência fundamental do carimbó, aos 84 anos

Natural do Marajó, Manoel Tavares é conhecido pelos sucessos como "Lambada do Bode" e "Arrepiado"

Juliana Maia
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Referência no carimbó paraense, o saxofonista Manezinho do Sax morreu nesta segunda-feira (4). Natural de Limoeiro do Ajurú, Manoel Tavares ficou conhecido por embalar músicas de sucesso como "Lambada do Bode" e "Arrepiado". A informação do falecimento do artista foi confirmada pelo contrabaixista Calibre, que tocava com o músico no projeto Metaleiras do Amazônia.

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Na trajetória artística, Manezinho tocou nos municípios ao redor do Pará e fora do Estado. Ele também participou de grandes festivais como o Terruá Pará e se apresentou ao lado dos mestres Pinduca e Verequete, banda Wlad e as cantoras Lene Bandeira e Fafá de Belém. O saxofonista também integrou o Grupo Uirapuru, de Mestre Verequete, e foi um dos fundadores do projeto, nascido em Icoaraci. 

Calibre e Manezinho trabalharam juntos no projeto "Metaleiras da Amazônia", banda que une o ribeirinho e o metropolitano, como diz o grupo. Em entrevista ao O Liberal, o contrabaixista relembrou momentos marcantes ao lado do artista paraense, em seu último encontro presencial com Manezinho e, por meio de ligações, durante a pandemia da Covid-19.

"Antes da pandemia, em 2018, o Manezinho saiu do projeto [Metaleiras da Amazônia] e ficou mais em casa. Nós tínhamos uma relação de cumplicidade, ele é especial. Nas últimas visitas na casa dele, eu o visitava e ele tocava banjo e me mostrava composições. Já na época da pandemia, me ligava às cinco da manhã, a gente conversava muito e se fortalecia", relembra.

Para Calibre, a trajetória do artista é muito grande e ele era brilhante. O contrabaixista lamenta a perda, afirmando que o músico deixa um legado muito grande e uma família numerosa, entre os filhos, Max e Cleber de Jesuss, que também são saxofonistas.

"Estar com o mestre Manezinho, pelo jeito dele ser, para mim foi um grande aprendizado. Poder estar ao lado dele e acompanhá-lo, ver a confiança que ele depositava em mim, eu que assessorava ele e dava muita atenção para ele. Era um dos maiores saxofonistas do Brasil, muito bom de arranjo, o sopro era pulsante e alcançava notas altíssimas. Ele era uma simbiose com o sax dele", afirma o contrabaixista.

Repercussão

Esdras Souza, também saxofonista, lamentou a perda nas redes sociais e desejou força aos familiares. No vídeo, gravado nos stories, Esdras diz que o músico foi uma grande referência na sua vida e de outros artistas.

“Eu jamais poderia deixar de citar o nome de um grande mestre, de uma influência para nós músicos da região Norte. O nosso querido Manezinho do Sax, grande mestre, desencarnou e quero, de todo coração, registrar meus sentimentos e dizer que foi uma honra ter a oportunidade de aprender com esse mestre, ouvindo suas melodias interpretadas no saxofone. Nobre mestre Manezinho, que você seja recebido no plano superior com muita luz. Muito obrigado por tudo”, falou.

Confira o trabalho do artista:

(*Juliana Maia, estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)

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