Cantora Liège apresenta seu primeiro álbum, Ecdise, nesta quinta-feira, 3

Produção chega com 10 faixas produzidas pelo DJ Duh e lançado via Lei Semear

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Trocar de pele para crescer. Este é o processo biológico pelo qual alguns animais, como as cobras, passam e que se chama Ecdise, nome do álbum de estreia da cantora e compositora Liège. O disco chega nesta quinta, 3, às principais plataformas digitais com o selo Natura Musical via Lei Semear.

Para crescer, Liège passou por um período de aprendizado sobre seu trabalho e mergulhou em sua ancestralidade. "Já tive muitas fases na carreira, lancei EP, lancei singles, flertei com alguns gêneros musicais mais que outros, mas pro meu primeiro disco, eu fui buscar de onde vim, saber onde estou para saber para onde ir. Metaforicamente, passei por uma 'ecdise'", explica a artista.

Ouça Ecdise nas principais plataformas digitais

E este processo foi acompanhado de perto pelo paulistano DJ Duh, produtor musical do trabalho que descobriu a artista pelas redes sociais, quando se desafiou a conhecer uma artista brasileira da Amazônia que traz em seu trabalho a ancestralidade nortista e musicalidade universal.

“Conheci a Liège através de uma caixinha de sugestões que coloquei no Instagram, onde uma amiga em comum indicou o nome dela como possível nome que eu pudesse produzir em 2019. Gostei do desafio de produzir uma artista do Norte do Brasil, acredito que o eixo SP/RJ tem um círculo vicioso e a linguagem do Norte/Nordeste é o futuro, na verdade o presente, da música pop brasileira e o maior desafio, além da distância, foi de fazer com que a obra soasse pop, brasileira e não prejudicasse a regionalidade dela”, relembra Duh, experiente produtor que trabalhou com grandes nomes da música brasileira como Emicida, Ivete Sangalo e Gaby Amarantos.

"Ecdise" traz a sonoridade pop da artista, mas com elementos da MPB, do R&B, ritmos afro amazônicos e da World Music. “Pesquisamos diversas referências: africanas, brasileiras, e tudo isso dentro da minha regionalidade, preservando meu sotaque e minhas questões amazônicas. Trouxemos esses atravessamentos todos para uma zona contemporânea, incluindo um pouco de r&b, pop, um lance de world music até. Acho que isso ficou muito legal no álbum”, relembra Liège.

O álbum chega com 10 faixas, que reafirmam as influências da artista e mergulham em sua musicalidade, algumas já conhecidas pelo público. Em julho de 2020, Liège lançou o primeiro single: “Lava”, que conta com a participação do cantor e compositor Daniel Yorubá, nascido e criado na periferia de São Paulo. Daniel mistura MPB, ritmos africanos, reggae, hip hop e pop. No Lyric Video, sua conexão com a ilha de Mosqueiro está presente, seja na letra ou nas ilustrações da artista visual Amanda Gil.

Em setembro de 2020, foi a vez de “Querência”, o segundo single que ganhou um clipe produzido durante a quarentena pela diretora Thatiane Almeida, responsável pelo álbum visual da cantora Drik Barbosa. Com um R&B mais Pop e muitos beats. “Querência” foi gravado por Liège, que estava em São Paulo, e a bailarina Bianca Lordelo, em Salvador, que, assim como no clipe, interagem à distância.

O último single antes do lançamento foi “Deixa Ir”, que nos presenteou com um clipe extremamente tocante, em que Liège mais uma vez usa Mosqueiro como cenário (o clipe foi gravado lá) e desta vez, compartilha com seu público um ritual das matriarcas de sua família para renovar as energias e que representa a ancestralidade da mulher amazônida. Lançado em 03 de maio, o clipe documental e artístico tem direção de Carol Taveira.

PARTICIPAÇÕES

Em “Ecdise”, Liège conta com convidados muito especiais. Além de Daniel Yorubá em “Lava”, o álbum tem a participação do cantor e compositor Thiago Jamelão – que também atuou como diretor vocal do disco, o duo pop 2DE1 e a rapper paraense Bruna BG, parceira antiga de Liège. A parceria de Liège com a também paraense Marisa Brito foi reforçada no trabalho, já que Marisa foi parceira de composição e dividiu com Jamelão a direção vocal.

Apesar de fazer um som universal, no processo de construção do trabalho, Liège entendeu a importância e presença da ancestralidade amazônida em seu trabalho. As músicas são resultado das tardes na rádio-poste em que sua mãe trabalhava em Mosqueiro, as mandingas a que as mulheres do Norte são apegadas e protegidas, as noites nos barzinhos, os primeiros passos na música autoral, mas também a mulher que atravessou os Estados Unidos cantando e tocando sozinha pela primeira vez.

Esse conceito abraça o disco e, por isso, a equipe que trabalhou no projeto traz mulheres importantes para a carreira da artista e que se conectam com essa ancestralidade. A identidade visual é assinada por Moara Brasil, artista visual paraense que desenvolve um trabalho de valorização de mulheres indígenas e sua cultura. O ensaio fotográfico é assinado pela também paraense Vitória Leona, que segue uma linha direcionada à moda e à representatividade de pessoas negras. A direção de arte e figurino é assinada por Maiwsi Ayanna multiartista paulistana.

“É um álbum sobre empoderamento humano. Quero que as pessoas ouçam este trabalho e saiam mais fortalecidas dele, que possam reavaliar suas condutas. Um convite para refletir de onde viemos, onde estamos e para onde vamos. Quem são essas ancestrais? E que tipo de ancestral eu quero ser?”, nos instiga Liège.

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