Longa sobre a vida de Allan Kardec é a estreia nacional da semana

Filme nacional aborda um lado pouco conhecido do espírita, o de pedagogo

Luiz Carlos Merten - AE
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O longa nacional 'Kardec' estreia nesta quinta-feira, dia 16, em salas de todo o País. O longa traz a biografia de Allan Kardec (1804-1869), escrita por Marcel Souto Maior e dirigida por Wagner de Assis. Na França, Kardec foi perseguido e até ridicularizado após a morte. No Brasil, sua doutrina renasceu com Bezerra de Menezes e firmou-se com o verdadeiro fenômeno que foi Chico Xavier.

Leonardo Medeiros, que faz o papel de Allan Kardec, criou-se num ambiente kardecista. "Para mim ele (Kardec) foi um cientista até o fim, movido sempre pela curiosidade científica para entender o mundo e os fenômenos paranormais ao redor dele", explica.

Sandra Corveloni, que foi melhor atriz em Cannes - por Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas -, faz a mulher guerreira do professor. Não é complicado para uma atriz contemporânea meter-se naquele figurino de época? "Querido, venho do teatro, com o Eduardo Tolentino, no Grupo Tapa. Fazíamos muito os clássicos e o Tolentino sempre teve uma preocupação muito grande com o figurino. A gente estudava as roupas, e como levar aqueles vestidos, aquelas casacas. A roupa integra a criação dos personagens, vira personagem, também." Medeiros, com sua formação teatral, concorda integralmente.

Ambos, diretor e escritor, destacam a participação do elenco, em especial a da atriz. Na ficção, a mulher de Rivail, que se chamava Amélie, é identificada como Gabi. "O roteiro já esboçava uma personagem forte, mas foi a leitura de Sandra que nos permitiu dimensionar a importância da mulher na vida de Kardec", assinala o diretor. Por mais que resista às etiquetas, Assis prepara a sequência de Nosso Lar. Sem entrar em detalhes, garante que será diferente do primeiro filme.

O importante é que o espectador não precisa ser espírita para assistir ao filme. Rivail/Allan Kardec era um estudioso que chegou ao mundo dos espíritos e dos médiuns movido pela curiosidade científica. Enfrentou descrença e todo tipo de resistência - de colegas cientistas, da Igreja, das instituições seculares.

O filme pode ser visto como um manifesto em defesa da liberdade - de expressão e investigação. Um manifesto em defesa da caridade. Numa França devastada pela miséria, Rivail/Kardec ousou defender a solidariedade com o próximo desvalido, outro ponto de contato com o Brasil atual.

"Não é sobre espiritismo, é sobre o pedagogo", adverte o diretor. No currículo, ele tem filmes como Nosso Lar e Menina Índigo, e também foi roteirista, na Globo, de novelas que abordavam o mundo do além. Apesar disso, Assis resiste aos rótulos. "Não existe essa coisa de gênero espírita. Se existisse, teríamos de colocar Ghost - Do Outro Lado da Vida, O Sexto Sentido e Os Outros (refere-se aos filmes de Jerry Zucker, M. Night Shyamalan e Alejandro Amenábar). Parece que só se fala disso no cinema brasileiro, mas para ser uma coisa pejorativa".

Kardec (estreia)
Dir: Wagner de Assis
Biografia, 10 anos
Cinesystem Metrópole 10 (2D): 14h30, 17h, 19h30 (exceto ter) e 21h50 (exceto ter);
Cinépolis Boulevard 5 (2D): 14h, 16h30, 19h e 21h30;
Cinépolis Parque 7 (2D): 14h, 16h30, 19h e 21h30 (exceto de qui a dom);
UCI Bosque 3 (2D): 13h, 15h25, 17h50, 20h15 e 22h35;
Moviecom Pátio 6 (2D): 14h30, 16h45, 19h e 21h15;
Moviecom Castanheira 4 (2D): 14h30, 16h45, 19h e 21h15

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