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Jornalista Cristina Serra indica livros para público paraense

Após visita à Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, escritora paraense indica três livros ao público paraense

Vito Gemaque
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A jornalista Cristina Serra gosta sempre de ter bons livros na cabeceira da cama para reler constantemente. A autora paraense de “Nós, sobreviventes do ódio” esteve recentemente na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes para conversar com o público sobre literatura e política. Em breve passagem por Belém, Cristina deixou uma breve recomendação de três livros para o público. “Eu gosto sempre de indicar os clássicos, porque são livros que eu já li e releio. Estão sempre na minha cabeceira”, confessa.

A primeira indicação da jornalista é para o colega de profissão Gabriel Garcia Marques, Prêmio Nobel de Literatura, por Cem Anos de Solidão. O livro que é um marco do realismo fantástico é um dos preferidos de Cristina. “Vou indicar um que indico sempre, o Cem Anos de Solidão do Gabriel Garcia Marques, porque é o clássico dos clássicos. É literatura grandiosa, tem fantasia, tem realidade, aliás tem a realidade fantástica, por isso ele é considerado o pai desse gênero. Por meio da fantasia e de personagens fantasiosos a princípio, ele está falando da realidade de dramas que qualquer pessoa e qualquer um de nós pode viver. Isso com uma riqueza de linguagem que realmente me encanta e surpreende, mesmo eu já tendo o lido o livro há muito tempo”, destaca.

A segunda indicação é um livro brasileiro também marcante. Segundo a jornalista, a obra embora tenha sido escrita há anos continua muito atual e chama a atenção para várias questões brasileiras que até hoje são motivo de disputa social. O livro “Quarup” do jornalista e escritor brasileiro Antônio Callado publicado em 1967.

“É outro clássico dos clássicos da literatura brasileira. Eu li muito jovem, e fiquei muito impressionada com o livro. Ele se passa num certo período da história brasileira, do Governo Vargas até os anos 60 e tem um personagem muito importante, que mergulha no Brasil profundo e tem contatos com os povos indígenas, os povos do Xingu. Esse livro é ficção, mas é muito influenciado pela vivência do Antônio Callado como jornalista, que era apaixonado pelo país, e adorava se embrenhar por esse Brasil profundo. Isso também despertou em mim uma paixão avassaladora por esse Brasil”, destaca.

A discussão do Marco Temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) traz novamente à centralidade da questão indígena no Brasil. Por causa disso, Cristina acredita que a leitura de “Quarup” é fundamental. “Esse é um dilema muito antigo no Brasil que precisa ser definido e que eu reflito sobre ele há muito tempo, desde quando li o ‘Quarup’ e entendi o direito dos povos indígenas terem garantidas as suas terras. O livro ‘Quarup’ é uma aula de Brasil, por isso recomendo que todo mundo leia”, enfatiza.

A terceira e última indicação da jornalista é “Direito à vagabundagem: as viagens de Isabelle Eberhardt” lançado em 2022. O livro organizado e publicado no ano passado é uma reunião de vários textos da viajante Isabelle Eberhardt, precedida por um ensaio da pesquisadora e organizadora Paula Carvalho. Isabelle foi uma mulher que desafiou os limites impostos pela nacionalidade, gênero e o tempo. Isabelle que era uma mulher de origem russa, criada na sociedade europeia, viajou por vários países e se apaixonou pelas culturas do Norte da África.

“Ela é uma feminista precursora, uma pioneira em coisas e situações que a gente só vai reivindicar muitas décadas depois, ela foi uma feminista sem saber que estava sendo. Ela não foi uma líder de um grupo ou de um movimento, mas a vida dela, o exemplo dela, é de uma mulher feminista na melhor acepção do termo que exerce plenamente a sua liberdade de existir”, assegura.

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