Jornalista Álvaro Vinente lança 'Poemas de Solidão'

O autor traz à tona poesias autorais guardadas há 40 anos.

Enize Vidigal

O jornalista e escritor Álvaro Vinente estreia como poeta no seu novo livro “Poemas de Solidão”, que acaba de ser lançado em formato digital. A obra resgata as poesias feitas por ele há 40 anos, quando era um jovem estudante recém-chegado de Oriximiná, no Baixo Amazonas, para estudar na capital paraense. Nessa época, o escritor iniciante era afetado por frustrações amorosas e pelo temor da violência da ditadura militar.

“Poemas de Solidão” ganhou prefácio do jornalista Tito Barata e introdução do filósofo João Batista Moreira Filho. O autor preservou os textos como foram originalmente escritos e introduziu as ilustrações do poeta, compositor e designer Heraldo Goez. “Não alterei a forma, para preservar aquela aura do tempo vivido”, afirma o autor.

“O livro reúne poemas que estavam perdidos no tempo, mas ‘resgatados’ agora”, conta. Era a primeira metade da década de 1980, período em que ele cursava Comunicação Social, na Universidade Federal do Pará (UFPA), e residia em uma república estudantil.

image Capa (Heraldo Goez)

“Era época das lutas estudantis por direitos e resistência à ditadura militar, que agonizava, mas ainda pretendia continuar no poder, através do artifício da abertura política lenta e gradual. Havia medo no campus universitário do Guamá, porém, uma disposição renhida de luta, de enfrentamento ao governo, por liberdade, educação pública gratuita e de qualidade, meia-passagem no transporte coletivo, apoio à luta pela moradia e reforma agrária”.

O jovem Álvaro Vinente também era atravessado pela efervescência cultural na música, no teatro e nas artes plásticas regionais. “(Era) Um ambiente novo pra mim, um cotidiano de cidade grande diferente. Nesse contexto, os poemas foram criados e ficaram numa pasta por quase 40 anos”.

“Os poemas eram escritos após as labutas estudantis, no recolhimento da madrugada na república de estudantes, um casarão histórico na rua dos Tamoios, no bairro Batista Campos, onde morava. Quando todos se recolhiam, vinha a solidão, a angústia, amores perdidos, paixões não correspondidas, temores de um amanhã incerto e as percepções do cotidiano. Esse turbilhão de sentimentos ia para o papel”, recorda.

Esse é o segundo livro publicado por Álvaro Vinente, que lançou “Agosto e Outras Memórias”, uma compilação de crônicas vencedora do prêmio José de Campos Ribeiro, edição 2014, da Fundação Cultural do Pará. Essa obra retrata as vivências do menino do interior da Amazônia, os costumes, a culinária, as manifestações religiosas, os ritos de passagem, as crendices, os personagens do povo, o rádio como elo de ligação com o mundo exterior e as transformações da cidade de Oriximiná, que era considerada área de segurança nacional e tinha um prefeito nomeado pela ditadura militar.

Álvaro Vinente lança agora a versão digital de “Poemas de Solidão” e planeja a versão impressa para agosto deste ano. A versão digital está sendo comercializada por meio das redes sociais do autor: Instagram (@avinente), Twitter e Facebook. “Pra mim, é uma experiência nova (o livro digital), pois meu primeiro livro ‘Agosto e Outras Memórias’ foi lançado em papel”.

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