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Homem-Aranha: Através do Aranhaverso fomenta debate sobre a importância da representatividade negra

Sobre representatividade negra o escritor afrofuturista Ale Santos e o paraense Adailton Monteiro, cosplay de Miles conversaram com a equipe de reportagem do Grupo Liberal

Emanuele Corrêa
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O "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" estreou no dia 1º de junho trazendo a segunda animação da franquia de Miles Morales, o primeiro Homem-Aranha negro e porto-riquenho. Miles, soma-se a outros personagens que inspiram crianças negras com suas histórias e estimulam o debate sobre a importância da representatividade negra na ficção. Sobre o assunto, o escritor afrofuturista Ale Santos e o paraense Adailton Monteiro, cosplay de Miles conversaram com a equipe de reportagem do Grupo Liberal.

"O Homem-Aranha precisa ser branco?", esse foi o questionamento do ator e músico Donald Glover em 2010 e o mesmo fez uma aparição caracterizado de Homem-Aranha na série Community; aparição inspirou o quadrinista Brian Michael Bendis a criar Miles Morales, o Homem-Aranha negro e porto-riquenho. Antes de Miles outra referência a um Homem-Aranha negro já havia aparecido em uma HQ em “Heróis Não Choram”, escrita por Paul Jenkins e publicada no Brasil em 2002, onde um garotinho de 9 anos fã do herói vê o herói revelando sua identidade e de baixo da mascara havia um homem-Aranha negro.

image Adailton e a filha Nayara em cosplay de Pantera Negra. (Reprodução / Divulgação)

Adailton Alexandre Monteiro supervisor e cosplayer acredita no poder da representatividade e junto com a filha Nayra Gabryelle, 18 anos, digital influencer já representaram o Pantera Negra. Asailton conta que já fez inúmeros personagens, mas Miles foi o primeiro que fez pensando na questão da representatividade. "[Eu faço] Miles Morales, Nike Fury, Super choque, Morpheu (Matrix) Wil Smith (Um Maluco no Pedaço), Pantera Negra e o Miles Morales, que foi o primeiro Cosplay que eu fiz pelo fato de ser negro", contou.

"Me sinto bem representado como os heróis negro e poder fazê-lo e levar essa representação aos demais é muito bom. Tenho uma filha que de 18 anos que adorou a ideia de fazer comigo Cosplay. Ser Cosplay é uma terapia para mim e as pessoas que estão perto e que se beneficiam com as ações sociais que realizamos", contou revelando que faz a arte atrelada a projetos sociais.

image Sobre representatividade negra o escritor afrofuturista Ale Santos falou da importância do tema na ficção. (Reprodução / Divulgação)

Quebrando os estereótipos racistas no cinema

Ale Santos, escritor e roteirista de ficção científica afrofuturista ressalta a inserção dos personagens negros, como protagonistas e heróis na ficção, mas sem deixar de lembrar que Hollywood tem um histórico racista" e nasceu de uma propaganda para a Ku Klux Klan, com o filme "O Nascimento de uma Nação", contou. "Demorou muito para que a gente começasse a ter personagens que quebrassem o histórico racista de Hollywood. A inserção de T'Challa, do Pantera Negra, Blade, que foi um dos primeiros super-heróis negros da Marvel a ter uma adaptação para o cinema e Will Smith em filmes como 'Inteligência Artificial' ou 'Independence Day' começam a resgatar e a ocupar um espaço que é devido das pessoas negras no cinema, figuras que deveriam existir, mas que só não existiram antes por conta de todo uma cultura racista", afirmou.

"O que vemos agora com o Miles Morales, em o Homem-Aranha, não é só um movimento de Hollywood que está tentando lutar contra todo o seu passado racista, mas também um um movimento da própria sociedade que cansou de ver esses estereótipos, que cansou de consumir as mesmas histórias e que está olhando para o lado e falando: 'eu também quero ver as histórias de pessoas negras, coreanas, indianas, quero ver histórias do mundo todo'. Então, o que está acontecendo é um movimento muito natural, muito positivo", incluiu.

Ale acredita que a literatura e a ficção sempre estão presentes na discussão sobre romper as barreiras: “O pai da ficção científica, Isaac Asimov disse que ‘a ficção científica de hoje é o fato científico de amanhã’, por isso que escrever ficção científica é sobre empurrar a sociedade para imaginar questões que ela nunca pensou que poderiam ser possíveis. Faz muito sentido aqui dentro da literatura e da ficção a gente também discutisse questões sobre diversidade racial, afinal é uma das grandes questões que criam distopia para a maior parte da população negra nesse país e que faz a gente imaginar utopias e sonhar com novas possibilidades de existência. Por isso que eu escrevo ficção científica Afrofuturista”, finalizou.

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