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Festival de cinema aborda impactos ambientais e justiça social na Amazônia

Cinefront tem sua nona edição marcada para o período de 14 a 26 de abril de 2024

Tay Marquioro
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O Festival Internacional de Cinema de Fronteira na Amazônia (FIA CINEFRONT ou, simplesmente, CineFront) prepara sua nona edição, marcada para o período de 14 a 26 de abril de 2024, e tem como objetivo apresentar obras cinematográficas, históricas ou atuais, voltadas à denúncia dos impactos causados por empreendimentos econômicos predatórios. Dessa forma, o festival de cinema não-competitivo, de cunho político-pedagógico, busca denunciar situações de violação de direitos humanos e do direito à terra, em territórios de povos indígenas, camponeses, ribeirinhos, extrativistas e comunidades diversas na Amazônia.

Nascido e baseado em Marabá, mas planejado para acontecer também na capital Belém e em diferentes cidades e territórios do interior do estado, o 9º CINEFRONT trará um conjunto de produções audiovisuais que tematizam a chamada crise climática e seus efeitos, especialmente nas populações em situação de vulnerabilidade social. Além disso, os debates abordam os processos de resistência protagonizados por estas populações na defesa de seus territórios, do bem viver e de modos de produção pautados pela sustentabilidade ecológica na Amazônia, no Brasil e no mundo.

A cada edição o festival homenageia cineastas, fotógrafos, artistas, ativistas, intelectuais e/ou organizações sociais com atuação na produção de obras ou realização de ações pedagógicas e culturais voltadas à conservação ambiental e defesa dos direitos humanos, tematizadas pelo Cinefront. Em 2024, são nomes são homenageados. O primeiro é Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nego Bispo. Filósofo, poeta, escritor, professor e ativista quilombola, referência do pensamento contracolonial e da afirmação dos conhecimentos, práticas socioculturais e relações com a natureza constituídas pelas comunidades quilombolas na produção, economia, organização e defesa de seus territórios secularmente. O segundo é Carlos Walter Porto-Gonçalves. Geógrafo, professor universitário e militante incansável na defesa dos povos da Amazônia. Porto-Gonçalves é um dos responsáveis pela criação da primeira reserva extrativista do país, no Acre, e autor do livro “Amazônia, Amazônias” (2015), que traz resultados de mais de duas décadas de pesquisa sobre as consequências da expansão capitalista na região.

O 9º FIA CINEFRONT é viabilizado por meio de Edital da Lei Paulo Gustavo, promovido pela Fundação Cultural do Pará (FCP), Secretaria do Estado de Cultura do Pará (Secult), Ministério da Cultura (Minc) e Governo Federal. A coordenação geral do festival fica a cargo da TramaTeia Produções e Instituto Zé Claudio e Maria. A realização do festival também é resultado de uma construção colaborativa que envolve diversas instituições, movimentos sociais, organizações não-governamentais, como a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além de produtores culturais. Em todas as exibições, a entrada é gratuita e o acesso é aberto ao público em geral.

Masterclass com Jorge Bodansky

Entre as atividades previstas na programação desse ano, há uma masterclass ministrada pelo conceituado cineasta Jorge Bodanzky. A Amazônia está muito presente nas produções de Bodanzky, que agora volta à região para conversar com o público do Cinefront sobre o filme “Amazônia, a Nova Minamata?” (2022), na masterclass que acontece nos dias 17, 18 e 19 de abril.

image Amazônia é tema presente nas produções do conceituado cineasta Jorge Bodansky (Reprodução/Redes Sociais)Natural de São Paulo, Jorge Bodanzky é cineasta, roteirista e um exímio fotógrafo brasileiro. Cursou Arquitetura na Universidade de Brasília (UnB) e começou a sua carreira como repórter fotográfico para jornais do sudeste brasileiro, como o Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e revistas de circulação nacional como Manchete e Realidade. Ao longo de sua filmografia, destacam-se títulos como “Iracema – Uma Transa Amazônia” (1974), “Amazônia, o Último Eldorado” (1982), Série para HBO “Transamazônica, uma estrada para o passado” (2019) e “Amazônia, a Nova Minamata?” (2022). Uma exposição de fotografias sobre sua trajetória como cineasta está sendo apresentada no Instituto Moreira Sales (IMS), no Centro Cultural, em São Paulo. 

Programação de sessões

De 14 a 16 de abril: sessões de cinema e debates no Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra (Eldorado dos Carajás)

De 17 a 19 de abril: sessões de cinema e debate no Cine Teatro Marrocos, escolas públicas, praças dos bairros São Félix e Francisco Coelho, e Masterclass de Produção Cinematográfica (Marabá)

De 20 e 21 de abril: sessões de cinema e debate na Terra Indígena Mãe Maria e com povos Suruí Akewara.

De 22 a 26 de abril: sessões de cinema e debate no Campus Rural do Instituto Federal do Pará (IFPA) e integrados ao ciclo de palestras da Semana da Educação do Campo, das Águas e das Florestas (UNIFESSPA), ambos em Marabá.

De 22 a 28 de abril: Faculdade de Geografia e Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA), praça do bairro da Marambaia, Escola Estadual Padre Eduardo e Assentamento Mártires de Abril, em Mosqueiro, e comunidades do nordeste paraense.

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