Exposição 'Marujada' reúne registros da Festividade de São Benedito

Dez fotógrafos participam da mostra gratuita no Museu de Arte Sacra.

Enize Vidigal

A narrativa fotográfica da Festividade de São Benedito, em Bragança, nordeste paraense, chegou a Belém na exposição “Marujada”. O objetivo é difundir a tradição religiosa e popular tão importante para a cultura paraense, cujo ápice acontece no Natal. Dez fotógrafos participam da mostra. A exposição já está aberta à visitação gratuita na Galeria Fidanza, do Museu de Arte Sacra, na Igreja de Santo Alexandre, até o dia 31 de janeiro, sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. 

Os fotógrafos convidados para participar de “Marujada” registraram diferentes eventos da festividade e em diferentes anos. São eles: Armando Teixeira, Cristina Carvalho, Denise Sá, Flávio Contente, Guy Veloso, Iza Girard, Janduari Simões, Karina Martins, Úrsula Bahia e Wagner Santana.

image Esmolação de São Benedito na praia (Cristina Carvalho)

Ao todo, 37 imagens coloridas foram selecionadas para a exposição. Emmanuel Franco, curador e diretor do Museu de Arte Sacra, explica que a mostra “se resume à questão documental desse evento festivo, religioso em louvor ao santo negro, o São Benedito, que é tão importante para Bragança e os municípios vizinhos”, afirma.

“A exposição é para sinalizar um dos eventos culturais e históricos mais representativos do estado do Pará e uma forma de divulgar a festividade em Belém”, completa Franco.

A iluminação artística da mostra é de Nando Lima.

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São Benedito é conhecido como protetor dos negros, cozinheiros e donas de casa. Em Bragança, ocorre a Marujada, festejo popular dedicado a este santo.

A festividade realizada entre os dias 25 de dezembro e seis de janeiro, teve início em 1798, quando um escravocrata autorizou os negros autorizou o louvor a São Benedito. Os devotos usam indumentárias e adereços específicos, sendo as mulheres, as marujas, usam saia vermelha, blusa branca e chapéu adornado com penas brancas, flores e fitas coloridas, enquanto os homens, os marujos, usam calças e blusas de pano com chapéu de palha e aba virada de um dos lados.

image Mãe maruja percorre as ruas de Bragança com as filhas (Flávio Contente)

A exposição integra a programação do Preamar de Festas, que finaliza o calendário da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em dezembro.

Fotógrafas

 “A Marujada não acontece só no dia de natal. Ela vem desde muito antes. A preparação ocorre o ano todo”, conta Cristina Carvalho, que apresenta na exposição as imagens da chegada da “esmolação” de São Benedito, em oito de dezembro de 2019. “Entre abril e maio, comitivas saem com imagens do santo para percorrer os interiores de Bragança, em novenas que arrecadam fundos para a festividade. Eu fotografei a chegada de uma das comitivas, na praia, onde muitos devotos fizeram o cortejo de barco e outros aguardavam a chegada com banda de música e bandeiras do santo. É muito bonito”, conta.

“É uma honra participar dessa mostra, trazer ao público um recorte desse momento em que se celebra a cultura afro-brasileira e seus saberes, juntamente com o sagrado religioso, em uma tradição que resiste por mais de dois séculos”, comemora Iza Girard. Ela fotografa a Marujada desde 2017.

image Maruja pelas lentes de Denise Sá.

Outra fotógrafa da mostra, Denise Sá, apresenta fotografias de 25 e 26 de dezembro de 2017.  “Achei lindo o envolvimento da comunidade com o festejo. As pessoas andam orgulhosas pela cidade, vestidas de marujos e marujas. Isso é lindo”.  “Eu senti q a Marujada é a alma do povo bragantino, assim como o Círio de Nazaré é para os belenenses. O povo Bragantino espera o ano inteiro pra viver a Marujada. É encantadora a atmosfera de cores e movimentos que envolvem esse evento.

Agende-se:

Exposição de fotografia “Marujada”

Dia e hora: até 31 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. 

Local: Galeriza Fidanza, Museu de Arte Sacra, na Igreja de Santo Alexandre (Praça Frei Caetano Brandão, s/n, Cidade Velha)

Entrada franca

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