Documentário sobre a origem e pluralidade étnica do bairro da Terra Firme será lançado em janeiro

O lançamento vai ocorrer no dia do aniversário da capital paraense, 12 de janeiro, às 18h. O evento será aberto ao público

Amanda Martins

A história do bairro Terra Firme, em Belém, vai ser contada, por meio das memórias de ancestrais, pesquisadores, professores, artistas e moradores da região, em um documentário que estreia no dia 12 de janeiro. O longa-metragem, intitulado "EtniCidades Amazônicas: o bairro da Terra Firme em Belém", será lançado no Curral Cultural Boi Marronzinho, às 18h. A produção é assinada pelo Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (GEDAI-CNPq), e financiado por Emenda Parlamentar proposta pela deputada federal Vivi Reis e pela Capes. O evento é aberto ao público. 

Assista ao trailer:

VEJA MAIS

image Calouros moradores da Terra Firme festejam aprovação em cima de mini trio
Idealizado pelo coletivo Tela Firme, ato buscou mostrar a força da periferia na conquista por uma vaga no ensino superior

image Na Terra Firme, ‘Pipaço’ marca ação contra o trabalho infantil
O ato simbólico foi promovido pelos coletivos Chalé da Paz e Tela Firme para os moradores do bairro, em prol da prevenção ao trabalho infantil

Dirigido pela professora e doutora Ivânia Neves, a jornalista Camille Nascimento e Letícia de Sousa, o filme é um dos resultados do projeto "Etnicidades Afro-Amazônicas, Danças, Narrativas e Identidades na Terra Firme", que está inserido dentro do GEDAI-CNPq. 

Segundo a jornalista e uma das diretoras do documentário, as expectativas são positivas para o lançamento do documentário, por trazer o que Camille chama de “abordagem única e lançar uma perspectiva plural e enriquecedora sobre um dos bairros mais estigmatizados da cidade”. “Creio que o público vai ter uma visão plural deste bairro”, afirmou Camille. 

Nascimento ressaltou a importância de trazer a tona memórias e a ancestralidade indígena e africava que foram formadas ao longo dos anos pós-colonização do bairro, e critica a celebração do aniversário de Belém como uma negação dos povos originários que viviam na região antes da chegada dos europeus. 

“Podemos verificar esse fato quando comemoramos o aniversário da cidade, afirmando que este lugar começou com a chegada dos europeus, ignorando todas as sociedades indígenas que aqui habitavam muito antes da chegada do europeu. As nossas pesquisas, antigas, e este documentário propõem a remexer estas memórias, reconhecendo o passado e o presente do território Mairi, a área que conhecemos como Belém, que um dia foi território de sociedade indígena”, afirmou Camille. 

Além das pesquisas acadêmicas sobre a ancestralidade indígena e africana presente no bairro, a jornalista explicou que o público poderá encontrar também no documentário uma visão considerada única da Terra Firme, onde seus habitantes são vistos como protagonistas da formação do território. 

“Temos uma visão plural deste bairro, outra forma de conhecê-lo, no âmbito cultural, econômico, social e artístico”, acrescentou Camille. O filme é um dos resultados do projeto ‘Etnicidades Afro-Amazônicas, Danças, Narrativas e Identidades na Terra Firme’.

Dividido em quatro blocos, o documentário inicia explicando a definição de “etniCidade” e destacando como as ancestralidades indígenas e africanas foram apagadas da história do bairro. Os blocos subsequentes abordam a história do bairro, seus problemas estruturais, a importância do Rio Tucunduba - com foco na sua origem indígena e nas questões atuais de poluição-, e, por fim, as discussões que envolvem as periferias Pan-Amazônicas e sua relação com as universidades brasileiras.

“Um produto como este audiovisual é importante na divulgação destes saberes e memórias ancestrais, é importante no conhecimento de quem somos nós hoje, na Amazônia, nas nossas’, destacou a jornalista sobre a importância do documentário.

A trilha sonora do documentário foi composta por Allan Carvalho, bolsista do projeto que deu origem ao documentário, que incorporou duas canções retratando a realidade do bairro, sendo uma delas, dedicada à origem indígena do Rio Tucunduba. “A música e as letras estão integradas de maneira profunda ao contexto do documentário, enriquecendo ainda mais a experiência audiovisual”, finalizou Camille.

SERVIÇO

Lançamento do documentário “EtniCidades Amazônicas: o bairro da Terra Firme em Belém”

  • Data: 12 de janeiro de 2024;
  • Horário: às 18h;
  • Local: Curral Cultural Boi Marronzinho, no bairro da Terra Firme;
  • Entrada gratuita.




 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA