Curta-metragem de cineasta Yanomami pode representar pela primeira vez Brasil no Oscar

A obra “Mãiri hi - A Árvoré do Sonho” foi indicado ao IDA Awards 2023, que serve como “termômetro” para a premiação internacional

Amanda Martins
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O curta-metragem “Mãiri hi - A Árvoré do Sonho”, dirigido pelo cineasta Morzaniel Iramari em parceria com Davi Kopenawa, ambos da etnia Yanomami, acaba de ser selecionado para pré lista do IDA Awards - International Documentary Association, entrando na corrida com outras produções para o prêmio de “Melhor Curta”. Caso vença, a premiação abre portas para a indicação do filme ao Oscar, já a indicação serve como “termômetro” para a premiação,  consagrando-o como o primeiro a ser dirigido por um indígena a representar o Brasil na grande premiação internacional. 

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O diretor Morzaniel Iramari conversou com exclusividade com o Grupo Liberal e revelou, que agora, deseja levar obras que retratam o seu povo mundo afora

Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, Morzaniel expressou sua emoção ao saber da notícia e não conseguiu esconder a felicidade ao ver a oportunidade de levar a exibição mais uma vez para fora do país. “Eu pensei muito nas possibilidades quando lancei [o filme] e queria que ele chegasse até o Oscar para que o público de todo o mundo pudesse reconhecer o nome do povo Yanomami”, revelou.

Com uma obra que pode ir além das fronteiras nacionais, curta-metragem pode não apenas fazer história ao representar o Brasil no Oscar, mas também contribuir significativamente para a visibilidade e compreensão da rica cultura Yanomami. O diretor índigena a espera que o filme aproxime as pessoas dessa realidade, convidando-as a conhecer mais profundamente os pensamentos dos Yanomami.

“Eu queria levar homem branco para conhecer mais e mais do meu povo, sentir o povo, e ajudaram. Eu acho que melhoraria alguma coisa”, diz sobre a oportunidade. 

Questionado sobre os planos para o futuro, Morzaniel revelou que tem projetos para fazer outro filme, para “contar mais da cultura dos Yanomami e lutas”. “Hoje eu tenho planos de continuar fazendo outros filmes”, reiterou. 

Reconhecimento

Essa não é a primeira vez que a obra cinematográfica “A Árvore do Sonho” conquista prêmios em festivais. No Brasil, ele já conseguiu inúmeros prêmios. Os mais recentes, são de  Melhor Curta-Metragem no É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários; o de Melhor Fotografia e Prêmio Especial do Júri, no 51º Festival de Gramado 2023. 

O filme também já participou de exibições no Festival Internacional de Cine de Valdivia (Chile), Festival Guarnicê (São Luís do Maranhão), de Vitória e de Goiânia, Kinoforum (São Paulo) e da seleção oficial do Festival de Veneza, e do Sheffield Doc Fest, no Reino Unido.

Sinopse

O filme, que explora os conhecimentos ancestrais dos Yanomami sobre os sonhos, contou com a participação do líder e xamã da comunidade, para guiar os espectadores por essa jornada cultural.

O cineasta enfatizou que "Árvore dos Sonhos" carrega consigo o "coração e a experiência dos povos originários, transmitindo uma narrativa que espelha as lutas e conflitos enfrentados por essa comunidade".

Morzaniel ressaltou a autenticidade do conteúdo, afirmando que o filme "toca em um ponto principal" para ele, que é a palavra "sonho", considerada muito forte e bonita.



 

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