Centenário de Benedicto Monteiro terá obras inéditas e raras reeditadas
Comemorações do Centenário do escritor Benedicto Monteiro foram iniciadas nesta quinta-feira (29) com a abertura da exposição
As comemorações pelo centenário de nascimento do escritor Benedicto Monteiro prometem novidades literárias e diversas atividades. Bene – como era conhecido – é considerado uma das referências literárias da literatura paraense e amazônica, um discípulo de Dalcídio Jurandir, além de ter tido grande influência na vida política e administrativa do Estado do Pará no século XX. Um livro inédito de contos de lendas amazônicas de Benedicto Monteiro deverá ser publicado ainda neste ano, assim como o primeiro livro de poemas “Bandeira Branca” - obra rara - que conta com o prefácio de ninguém menos que Dalcídio Jurandir.
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As duas obras foram encontradas pela filha de Bene, Wanda Monteiro, em um baú que o pai deixou. Dentro do baú estavam várias fotos, documentos e um HD externo com um livro inédito de Benedicto de contos sobre lendas amazônicas. Além disso, também estava uma edição do primeiro livro com páginas amareladas lançado pelo escritor “Bandeira Branca” em 1945, obra que estava perdida há muito tempo. Benedicto escreveu o livro de poemas quando tinha 18 anos.
“Com relação a todo esse material inédito que ele deixou, primeiro a gente vai ter uma negociação com as editoras privadas para promover a reedição de toda a obra dele. A gente já tem uma editora, não posso anunciar ainda, mas a gente já tem. E, essa mesma editora, já está fechada com ela esse espécie de tesouro que são treze contos infanto-juvenis, uma coletânea inédita”, adianta Wanda. “Esse é um presente que a gente vai dar para o público leitor do Bene e também é uma espécie de celebração”, destacou.
Uma das primeiras ações de comemoração foi a Exposição 100 Anos de Benedicto Monteiro, no Museu de Arte Sacra, na última quinta-feira, dia 29 de fevereiro, dia do aniversário do escritor. O curador da exposição Emanuel Franco explica que o público poderá conhecer melhor a obra e a história de Benedicto Monteiro.
“A exposição foi pensada para ser uma amostra alusiva a toda uma mostra literária do Benedicto Monteiro. Ela é composta de elementos de textos, painéis, imagens fotográficas que mostram toda essa trajetória do Bene na literatura. Temos objetos tridimensionais que remetem a digamos assim o cotidiano literário do Benedicto, na Amazônia, dos rios, da floresta, dessa natureza toda que sempre foi um enfoque muito marcante na literatura dele”, detalha.
Durante este ano também será lançado na Feira Panamazônica do Livro um box pela Imprensa Oficial do Estado do Pará (IOEPA) da Tetralogia Amazônica com a epopeia de Miguel dos Santos Prazeres, principal personagem de Benedicto Monteiro. Wanda é a responsável pela curadoria dos materiais juntamente com a irmã Dulce Monteiro. Ela reforça a importância da obra de Bene, principalmente por ter sido produzida durante perseguição da Ditadura Militar brasileira contra o escritor, um político progressista, defensor da reforma agrária e dos direitos humanos.
“Não é fácil criar, produzir e publicar durante um período em que ele esteve em absoluto silêncio imposto por uma ditadura. Ele fez todo esse processo de construção desse imaginário dele e essa obra literária durante esse período em que foi imposto silêncio”, declara. “Toda a obra dele retrata o conhecimento da Amazônia sobretudo do nosso estado do Pará. Ele dizia uma frase muito clara. Você só ama o que conhece e você só defende o que ama”.
Serviço: Exposição 100 Anos de Benedicto Monteiro
Entrada Franca
Período: até o 14 de abril
Galeria Fidanza, no Museu de Arte Sacra, Praça Frei Brandão, s/n - Cidade Velha, Belém.
Terça a domingo, das 9h às 17h.
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