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Pedro Cardoso defende Porta dos Fundos e direito de fazer piada com qualquer religião

O eterno 'Agostinho' da A Grande Família fez post refletindo sobre a possibilidade de fazer piada com religião e sexualidade

Redação Integrada
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O ator e escritor Pedro Cardoso, que interpretou o taxista malandro Agostinho Carrara no seriado A Grande Família, defendeu o especial de Natal "A Primeira Tentação de Cristo" do grupo de humor Porta dos Fundos. O especial lançado no final do ano passado está envolvido em uma polêmica com grupos fundamentalistas religiosos cristãos que não aceitam a forma como Jesus Cristo e Deus foram retratados. Cardoso comparou o Jesus Cristo gay, retratado pelo Porta dos Fundos, com um pai de santo gay que foi por vários anos interpretado por Chico Anísio. 

"Meu querido mestre, Chico Anísio, representou um pai de santo gay por anos sem conta. Não tenho notícia de alguém ter se sentido ofendido com a homossexualidade do personagem. Vejam, digo do personagem. Toda obra de ficção se expressa através de personagens, mesmo quando – e esse é o ponto para mim – retrata alguém q de fato existiu. Daí se referir: personagem histórico. Jesus é, para quem crê, o filho de deus etc. O que sabemos dele é o que as igrejas nos dizem e algo mais que a ciência da história revela. É pouco para alguém poder afirmar quem de fato ele foi", disse.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Bom dia. Meu querido mestre, Chico Anísio, representou um pai de santo gay por anos sem conta. Não tenho notícia de alguém ter se sentido ofendido com a homossexualidade do personagem. Vejam, digo do personagem. Toda obra de ficção se expressa através de personagens, mesmo quando - e esse é o ponto para mim - retrata alguém q de fato existiu. Daí se referir: personagem histórico. Jesus é, para quem crê, o filho de deus etc. O que sabemos dele é o que as igrejas nos dizem e algo mais que a ciência da história revela. É pouco para alguém poder afirmar quem de fato ele foi. Aos crentes, basta-lhes ter fé e Jesus será quem eles creem ser. Segundo a tradição dominante, celibatário, manso, divino, bondoso etc. E não era gay. É assim para quem tem fé. Acho ótimo e acho que merecem todo o respeito. Mas fazer uma piada sobre a sexualidade de Jesus não é afirmar categoricamente que Jesus é gay. A piada move-se no campo da mais absoluta ficção. Não há desrespeito a crença de ninguém. Pode-se fazer o mesmo com Lenin, um Lenin gay amante de Trotsky, e não se estará ofendendo nem um nem outro. O que incomoda é atribuir sexualidade a Jesus; pessoa que os cristão - mas nem todos - desejam isento de tentações. O que temem é a humanidade que a sexualidade implicaria ao cristo deles. Humanidade q se oporia a divindade de onde lhe vem o poder. Eles mesmo o dizem humano; mas nem tanto a ponto de possuir sexualidade; muito menos uma que seja complexa, rica, divertida. Que assim desejem o seu filho de deus, cabe a eles saber; mas que não possamos fazer piadas com figuras da história da humanidade é direito que não os reconheço. Ofensivo seria fazer uma afirmação mentirosa sobre Jesus e conferir a ela certeza científica. Deus não é propriedade de quem crê. Religiões são fatos públicos. Há imensa desonestidade nelas, há imensas hipocrisias, negação de crimes... Fazer piada com o assunto religião é direito de qualquer pessoa. Chico Anísio o fez e ninguém se ofendeu pq o candomblé é religião e não um projeto de poder. Ofendidos ficam os desejosos de poder.

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O especial mostra o aniversário de 30 anos de Jesus Cristo (Gregório Duvuvier) que volta do deserto acompanhado por um homem misterioso, interpretado por Fábio Porchat, e que dá a entender uma relação homossexual de Jesus com o homem, que depois se revela ser o diabo. Na última quarta-feira, dia 8, um desembargador do Rio de Janeiro determinou a retirada do especial do catálogo da Netflix por uma liminar até analisar o caso. No dia seguinte, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Tofolli determinou a suspensão da decisão do desembargador e liberando o especial, classificando a proibição como censura.  

Pedro Cardoso, que é ateu, afirmou que aqueles se sentiram ofendidos desejam o poder. "Deus não é propriedade de quem crê. Religiões são fatos públicos. Há imensa desonestidade nelas, há imensas hipocrisias, negação de crimes… Fazer piada com o assunto religião é direito de qualquer pessoa. Chico Anísio o fez e ninguém se ofendeu pq [sic] o candomblé é religião e não um projeto de poder", analisou Pedro. "Ofendidos ficam os desejosos de poder", concluiu.

 

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