Manoel Soares fala sobre legado na TV, o compromisso com o ativismo social e novos planos

Longe da TV, Manoel tem se dedicado a trabalhar com o projeto multiplataforma, o podcast “Bombou”, que tem pluralizado o processo da comunicação. Ele conversou com exclusividade com o Grupo Liberal

Amanda Martins

O apresentador Manoel Soares, de 44 anos, que comandou os programas “Encontro com Patrícia Poeta” e “É de Casa”, da TV Globo, e o “Papo de Segunda”, do GNT, antes de deixar a emissora global neste ano, representa muito mais do que apenas um rosto na televisão. Ele possui um exemplo vivo de superação, persistência e resiliência, cuja jornada o levou das ruas de Salvador a um carreira na comunicação e no ativismo social. 

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Natural da capital baiana, Manoel cresceu em um contexto marcado pela violência e enfrentou desafios consideráveis durante sua trajetória. Antes de se tornar jornalista, trabalhou em áreas diversas, como uma gráfica e construção civil. Sua carreira na comunicação veio duas décadas depois, quando Soares se juntou à equipe da RBS TV, afiliada a Globo no Rio Grande do Sul, onde integrou o Jornal do Almoço. 

Desde então, Manoel Soares desempenhou papéis importantes em várias produções televisivas, incluindo o programa "Profissão Repórter" e o “Fantástico”, ambos como repórter. 

Em 2022, o jornalista chegou a receber um título de grande relevância, ao ser nomeado como Embaixador Cultural da União Africana ao demonstrar compromisso com a promoção da cultura da região. Com esse papel, Manoel tem como missão criar laços entre Brasil e África, apoiar refugiados e empreendedores, fomentar oportunidades de negócios e mediar conflitos. 

Longe da TV, Manoel Soares tem se dedicado ao seu mais novo projeto multiplataforma, o podcast “Bombou”, agregador de notícias, que vai levar ao público, de forma rápida, criativa e coloquial, as principais notícias que repercutiram na mídia em geral, nas redes sociais e que podem impactar a sociedade. Além de ter trabalhado no lançamento do seu terceiro livro, "A Luta de Denis", na Bienal do Rio este ano.

Com tantas novidades à sua volta, Manoel Soares conversou com o Grupo Liberal sobre os novos planos de carreira, o seu legado na televisão e o novo podcast que tem desenvolvido e a vida pessoal. Confira abaixo!

Manoel, o que significou para você a sua passagem como apresentador do programa Encontro na TV Globo? E como você buscou usar esse espaço para trazer suas lutas e causas?

Apresentar o Encontro e trabalhar por mais de 20 anos em uma emissora fazendo uma das coisas que mais amo que é me comunicar, foi a realização de um sonho, lá eu tive oportunidade de conversar com as pessoas todas as manhãs e entender o poder da comunicação.  Eu compreendi, durante esse período na TV Globo, que minha função é atender tudo aquilo que é relevante para a sociedade, para o público. Estar atento ao que os telespectadores buscam e o que nós podemos trazer para eles, enquanto comunicadores. A TV aberta é um importante espaço de discussão. É necessário usar esses locais para mais do que criar debates, criar pontos de entendimento e de compreensão.

Quais são os seus planos atuais e para o futuro em termos de sua carreira na comunicação e ativismo social?

Hoje estou conseguindo trabalhar uma lógica de comunicação muito mais ampla do que sempre trabalhei. Agora estou mergulhando em outras plataformas, principalmente com o agregador de notícias Bombou que apresento ao lado da minha esposa, Dinorá. Tenho gostado bastante da resposta e de como o público tem esse olhar para o conteúdo múltiplo e maleável. 

Poderia nos contar mais sobre o seu projeto de podcast "Bombou" e o que os ouvintes podem esperar dele? 

Eu comecei a perceber que os veículos de comunicação criaram uma lógica de feudo, onde quem acompanha um determinado veículo, muitas vezes não acompanha o outro, e essa relação é uma relação desonesta quando falamos da comunicação, porque existem informações que às vezes ficam na mão de um veículo só. A fidelidade que o público estabelece com aquele veículo não permite acessar outras perspectivas da notícia. 

Como tem sido trabalhar como um apresentador de multiplataforma?

Sobre ser apresentador multiplataforma, eu sou a favor de seguir os olhos das pessoas, se as pessoas estão olhando para o céu eu preciso virar piloto de avião, se as pessoas estiverem olhando pro mar eu preciso virar mergulhador, e atualmente as pessoas estão olhando pra tela do celular e para a internet. Eu não sou leal a uma plataforma, eu sou leal ao interesse das pessoas e a relevância que esse interesse pede, então acho que a minha plataforma é o olho e para onde ele for eu acho que eu preciso ir. 

O seu lançamento do livro "A Luta de Denis" na Bienal do Rio significou um marco importante em sua vida. Como foi o processo de construção dele?

Denis é como meus familiares da Bahia me conhecem, e aproveitei para neste livro fazer essa homenagem carinhosa. O livro é inspirado em uma experiência que vivi na infância, mas que serve de parâmetro para muitas crianças da periferia. Quando surgem nossos primeiros conflitos éticos e de formação podemos ajudar essa geração em um caminho de reflexão e construção do tipo de adulto que irá se tornar. A Luta de Denis é a nossa luta diária para não ceder à tentação de fazer o que, às vezes, nosso coração pede, pois ele pode estar errado. Quem ler com calma vai ver muitas formas carinhosas de criar lembrança afetiva para pessoas importantes em minha formação. Entre elas ao querido Emílio Santiago, Antônio Conselheiro, a música da heroica Geni do Chico Buarque e muitas outras. Com o traço cuidadoso de Paulo Daniel, meu irmão, acredito que tocaremos alguns corações, lares e salas de aula por esse Brasil.

Considerando sua trajetória desde crescer em um contexto de violência até se tornar um apresentador e ativista renomado, do que mais se orgulha em sua jornada?

Eu olho lá atrás e procuro enxergar minha trajetória com amor e evolução. Se me dissessem - quando ainda morava na rua - que estaria no lugar que ocupo hoje, não acreditaria, mas esse caminho ele foi construído com muita força e com a luta dos meus ancestrais que vieram antes de mim e abriram caminho. Sou grato a minha mãe por ter sido a mulher visionária que ela foi, sempre nos puxando para um lugar de respeito e amor, e isso foi fundamental para me tornar o profissional, o pai, marido, amigo que sou hoje. Em resumo: posso dizer que até aqui foi uma trajetória de muitas batalhas, mas muito aprendizado e conquista.

Como foi receber o título de Embaixador Cultural da União Africana na Tanzânia e como isso influencia sua missão de vida?

Esse foi um dos pontos mais fortes da minha carreira, é uma grande honra ser um dos embaixadores dos 20 países africanos que fazem parte da União. Tenho a missão de apresentar o continente Africano ao mundo, e o faço com muito orgulho, usando a bagagem e experiências que construí ao longo da vida na busca por mais igualdade, representatividade e desenvolvimento da cultura africana no Brasil.

Além do seu trabalho na comunicação e ativismo, como você equilibra sua vida pessoal, casamento e a coordenação da CUFA (RS), além de cuidar de seus seis filhos?

A grande moral é ter pessoas em quem você confia e que confiam em você. Em alguns momentos pessoas competentes se tornarão seus grandes amigos e em outros momentos, amigos leais se tornarão pessoas competentes, a partir daí as coisas acontecem. Portanto, quando você alinha competência e amizade, lealdade, qualquer projeto avança. 

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