VÍDEO: Ludmilla é acusada de intolerância religiosa após apresentação no Coachella; entenda

Cantora, que se apresentou neste domingo (21) no festival norte-americano, se defendeu nas redes sociais, afirmando que a situação foi tirada de contexto

Gabriel Bentes
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Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa devido uma imagem exibida no telão no show do Coachella neste último domingo (21). A cantora brasileira se apresentou no festival norte-americano pelo segundo fim de semana seguido. Porém, durante a exibição de um vídeo, uma frase apareceu no palco e criou uma polêmica com o nome da cantora.

"Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas", dizia um grafite em determinado momento do vídeo.

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Segundo a cantora, que se defendeu em uma publicação no X (ex-Twitter), a frase foi tirada de contexto para ela se tornar um alvo de críticas. "Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe", iniciou a artista na publicação.

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Ainda de acordo com Ludmilla, o objetivo da imagem, assim como o do vídeo em si, era mostrar para o mundo a realidade das favelas. "Hoje tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha", explicou a cantora.

A cantora ressalta ainda que o sentido da frase era, na verdade, apresentar "uma favela real, nua e crua", onde ela cresceu e presenciou problemas como miséria, genocídio de pessoas pretas, violência policial, intolerância religiosa etc. "[...] E tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste", disse Ludmilla.

De acordo com Ludmilla, mostrar a realidade da favela, às vezes, passa por conviver em um ambiente hostil, com muitas dificuldades na vida.

"Meu show começa com uma mensagem muito explícita, que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real", argumentou a cantora.

"Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!", reclamou a cantora. "Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade!", acrescentou Ludmilla.

"Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou", comentou a artista.

Ludmilla finalizou o discurso reforçando que sempre respeitou as pessoas, independentemente das diferenças. "Respeito todas as pessoas como elas são, e independentemente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas", concluiu a cantora.

Assista ao vídeo:

Reação da web

Os internautas não aceitaram bem a defesa da cantora com relação à imagem que apareceu em seu telão. No X, usuários da rede social  questionaram a aceitação da frase e alegaram que ela poderia ter sido cortada do vídeo.

"Ninguém falou mal de você, só te cobraram uma postura digna diante da intolerância religiosa que aconteceu no seu show.", disse um. "Não importa qual seja a justificativa, preconceito é inaceitável. Em vez disso, você deveria reconhecer o erro e se desculpar", afirmou um segundo. "A primeira afrolatina a pisar no Coachella trouxe uma mensagem criticando uma religião de origem africana. Realmente, ninguém vai esquecer seu show." escreveu um terceiro.

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Rayanne Bulhões, editora web de oliberal.com)

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