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Arte e paixão na batalha do campo e das rimas

Pelé do Manifesto e Bruna BG falam das rimas e do amor pelo futebol paraense

Bruna Lima
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Começou a batalha. O primeiro Re x Pa de 2022 é neste domingo (20). Assim como no rap, o futebol tem suas lutas, porém o mais importante é que seja pautada em regras de respeito e alegria. E para abrir essa temporada, a equipe de O Liberal conversou com artistas para falar do amor pelos seus times e do uso da arte como forma de externar a admiração e a paixão pelo futebol paraense.

Como muitos meninos brasileiros, o rapper Pelé do Manifesto também sonhava em ser jogador de futebol. Começou a treinar aos cinco anos de idade. O pai do artista, apaixonado pelo Paysandu, sempre o incentivou. "Meu pai sempre me incentivou, sempre fui muito apaixonado pelo Papão. Em 2001, eu fui a todos os jogos do título brasileiro da série B, na Curuzu. Eu tinha 10 anos e sempre tive essa paixão pelo Paysandu", disse o rapper.

Quando o Paysandu ganhou o primeiro título da Copa Verde, a jornalista Syanne Neno propôs um desafio ao músico. "Ela perguntou: Pelé se eu conseguir um contato com o Paysandu tu faz uma música para o clube, foi quando eu disse que a gente já tinha uma música pronta. Estava no papel, só faltava gravar e dar andamento. Ela fez a ponte com o Paysandu e a gente fez parceria com o papão", explicou o artista.

Antes mesmo da proposta da jornalista, Pelé e Ewerton MC, por conta própria, já externavam essa vontade e produziam canções para o time paraense. “Everton tinha uma letra e eu outra, nós juntamos o material e fizemos a música. Nós gravamos, fizemos também um material audiovisual com imagens coletadas durante os jogos do Paysandu. Foi um trabalho muito legal", disse Pelé.

Para o artista, a importância da música no meio esportivo é fundamental, pois é o que embala as torcidas e motiva os jogadores. "A torcida dá o ritmo do jogo, pois o canto da arquibancada é vibrante. É como se ficasse ditando o ritmo da partida. Quando a torcida canta os jogadores ficam com um gás maior", pontua o rapper.

Mesmo em uma família rodeada por torcedores do Paysandu, a MC Bruna BG escolheu o clube do Remo para ser o seu time do coração. Ainda criança, começou a ter consciência de futebol e em dias de jogos acompanhava os festejos da vitória do Remo.

“Nasci no Marajó, mas ainda criança me mudei para Belém e fui morar na Cremação. Eu tenho um primo que sempre fazia festa em dias de jogos e eu gostava daquela energia toda pelo Remo”, recorda Bruna BG.

Diferente de Pelé do Manifesto, Bruna não tinha nada preparado para o Remo, mas a partir do momento que recebeu o convite, ela preparou uma música junto com o rapper Bruno Bo e diz que ficou feliz com o resultado. “Foi tudo muito relâmpago, tudo feito em praticamente três dias. Gravamos o vídeo no bairro da Terra-Firme e foi muito bom”, disse Bruna BG.

Para a MC, assim como o rapper, o futebol e todo tipo de esporte é de grande importância para os jovens, principalmente, aos jovens de periferia, que usam da modalidade como escape da realidade que vivem. “É muito importante juntar esses dois fatores e mostrar que a periferia está unida com a música e com o esporte e como a rivalidade precisa ser saudável”, destaca Bruna BG.

O futebol em carimbó e samba

A cantora Lia Sophia é mais uma artista que pertence a lista dos apaixonados por futebol. Ela é remista e ganhou a torcida com o hino do Remo em ritmo de carimbó. “Eu amo esportes e o futebol em especial. Meu pai assistia em casa quando eu era pequena e sempre havia uma energia maravilhosa em torno de uma partida de futebol. Na minha vida adulta, sempre que posso eu acompanho os jogos dos meus times preferidos. E o Remo é uma paixão pra mim. É um time grandioso com uma história fantástica e quando eu cheguei em Belém, em 1996, eu conheci muitas pessoas apaixonadas pelo Remo o que me influenciou a vestir a camisa azulina”, explica a cantora.

O hino foi feito de forma espontânea pela artista, que disse que ficou curiosa em saber como ficaria, mas caiu no gosto da torcida e viralizou nas redes sociais. “Eu ainda não havia escutado o hino do Remo em ritmo de carimbó, então eu resolvi cantar desse jeito. Afinal, a vitória do seu time de coração é sempre um momento de festa e alegria e, nessas horas, nada melhor que dançar um carimbó”, pontua.

O vídeo foi feito de forma caseira, o qual ela mandou para alguns amigos após uma vitória do Remo. “Eu fiquei muito feliz por poder homenagear o meu time em um momento de alegria para todos os azulinos” acrescentou a torcedora.

Para Lia Sophia, a música é fundamental em qualquer momento da vida. “Sempre quando cantamos juntos uma música. Sempre que a ouvirmos, revivemos aquele momento especial. Imagine em um estádio de futebol lotado com toda aquela energia", refletiu a cantora.

Em 2013, a artista foi convidada para participar de uma transmissão ao vivo pela rede Globo do jogo da Copa do Brasil, entre Remo e Flamengo. Durante a transmissão ela cantou o hino do Remo. Infelizmente o Remo não ganhou a partida.

Roberto Bino, artista paraense do gênero do samba e pagode, diz que a relação com o futebol e com o Paysandu vem de berço, pois no ano que nasceu o time foi campeão brasileiro. O pai do artista não perdia nenhum jogo. “A minha mãe me contou que eu era bebê e ela brigava com meu pai, pois ele ia para os jogos e chegava tarde em casa”, recorda o músico.

Desde muito cedo, Bino começou a frequentar o estádio na companhia do pai e fez com que presenciasse momentos importantes que compõem a história do Paysandu. “Presenciei a copa dos campeões, o título brasileiro de 2001, presenciei o título da copa norte e praticamente todos os jogos da série A, de 2002 a 2005, eu estive presente. Essa relação vem de berço e se arrasta até hoje”, explica o músico.

Com relação a futebol e samba, Bino diz que no Brasil o esporte e o gênero musical caminham lado a lado, pois os dois acontecimentos resultam em festa. “Não é a toa que a torcida leva para os estádio instrumentos do samba para embalar as torcidas. Creio que isso também seja forte porque os próprios jogadores gostam do estilo musical e isso traz a gente ainda mais para perto e acabamos estabelecendo amizade com vários jogadores”, explica Bino.

Bino tem o sonho de viver algum momento importante ao lado do Paysandu, que ele diz que pode ser por meio de uma gravação de música, tocar em um evento importante ou até cantar no estádio durante alguma partida.

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