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‘Amor que dá samba’: paraenses falam sobre escolas de samba do coração e relebram bons momentos

No Dia da Escola de Samba, o Grupo Liberal decidiu homenagear as escolas que levam a alegria para a população na Aldeia Cabana

Amanda Martins

Quando se fala em Carnaval, a primeira coisa que vem à mente das pessoas são os desfiles das Escolas de Samba. Elas são as responsáveis por levar alegria, cor, diversão e fantasias típicas para as avenidas e todo o país. Por isso, nesta terça-feira (11), no dia que comemora-se o Dia da Escola de Samba, o Grupo Liberal decidiu conversar com paraenses que têm suas vidas entrelaçadas com quatro agremiações de Belém e Região Metropolitana, mostrando que o samba não nasce nos instrumentos, e sim, no coração.   

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Jefferson Monteiro há quase 25 anos dedica-se ao Império de Samba Quem são Eles A ligação da escola de samba do bairro do Umarizal veio como uma “herança de família”, a convite de um primo, e, 98. De lá para cá, ele diz colecionar muitas memórias de uma trajetória de quem já foi ritmista, e hoje, compõe a Velha Guarda da bateria e atua como naipe de caixa.  

“Uma das minhas lembranças mais marcantes foi o meu primeiro ano de desfile, em 2000. Quando entramos na avenida, na Aldeia Cabana, eu passei mal de tão emocionado”, relembrou.

A mesma emoção também esteve presente na vida de Jefferson quando ele desfilou após dois anos da pandemia da covid-19. Segundo ele, todos estavam ansiosos para colocar o samba na avenida novamente. Afinal, o carnaval não acontece somente no mês de fevereiro, mas o ano inteiro, onde as escolas de samba fazem oficinas, dão aulas dos instrumentos e ensaios para dar o seu melhor. 

Transformador social de vidas

E foi durante umas dessas preparações que o mestre de bateria Fabrício Meireles, conhecido popularmente como “Mini”, da Associação Carnavalesca Bole-Bole, viu a oportunidade de quebrar paradigmas ao dar mais espaços para que mulheres fizessem espaço na equipe.

image Desfile da escola de samba Bole-Bole (Ascom/ Prefeitura de Belém)

“Quando começamos a fortalecer o naipe de chocalho esse número de mulheres começou a ser quebrado. O Lino, um colega, trouxe as filhas para participar e outras meninas também se sentiram influenciadas a querer também. O que foi ótimo porque elas são mais empenhadas, disciplinadas do que os homens”, elogiou Mini.

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Mas, muito antes de mudar a vida de muitas garotas que começaram a ter espaço na bateria, Fabrício também conquistou o seu. Quando chegou no Bole-Bole, era apenas um menino. Ao longo dos anos, não apenas “se criou” na escola, como também abriu novos espaços que o fizeram ter grande reconhecimento no mercado do samba.

“O Bole-Bole está dentro do meu coração, bem lá dentro mesmo, porque foi o meu início, a escola que me deu apoio. Se hoje sou reconhecido, eu agradeço à Escola. O samba foi onde eu me criei, onde estou me criando e vou terminar a minha criação”, afirmou emocionado. 

Um verdadeiro ‘casamento’ com o samba

A presidente e o vice-presidente, Michele Araújo e Arlindo Júnior,  da Boêmios Da Vila Famosa, de Icoaraci, estão casados há duas décadas, mas ao longo dos últimos 18 anos dedicaram-se a cuidar juntos da escola de samba. 

Por isso, para Michele, a ligação dela com o Boêmios é muito “familiar”. Ela e esposo estão sempre juntos, seja para resolver assuntos da Escola de Samba ou para dividir a vida de casal. “A escola se tornou parte das nossas vidas, do nosso cotidiano, não tem um dia sequer que não estamos na escola resolvendo algum problema, são anos de dedicação, lutando, batalhando”, complementou.

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Arlindo explica que a motivação diária para continuar seguindo mesmo diante das dificuldades, é a paixão pela comunidade e o respeito. Todo dia é um dia novo de trabalhador. Segundo ele, precisa não apenas gostar, mas ser literalmente “louco” pelo universo do samba. E esse afeto pode vir, literalmente, de berço.

“O samba é a minha vida. Nasci a 100 m de uma escola de samba e não consegui aprender a gostar de outros ritmos. O fundador escutava samba enredo o ano inteiro, então, o samba faz parte das nossas vidas”, declarou o vice-presidente.

O diretor de harmonia do Rancho Não Posso Me Amofiná, Luiz Frade, pode dizer que quase nasceu dentro de uma escola de samba. Ele contou que vem de uma família apaixonada por samba, e aprendeu desde pequeno a se envolver nesse meio. 

image No Jurunas, o Rancho levou para as ruas do bairro 100, dos 220 ritmistas da escola, comandados por mestre Cacá, auxiliado por Batata, Lucas, Murilo e Nilson. (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

Hoje, Frade reconhece que uma agremiação vai muito além do que viver apenas os quatro dias do carnaval, precisando fazer o bem a comunidade e trabalhar em prol do crescimento do espaço. 

“Desejo que as próximas gerações tenham o mesmo amor que sentimos pela escola, que trabalhem o tanto que nós trabalhamos, mas que todas as escolas tenham membros apaixonados por elas. Que o nosso carnaval volte a ser o que era antes, grandioso”, finalizou.

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