Acervo de Sebastião Tapajós está sendo restaurado e terá museu virtual

Profissionais de Belém e de São Paulo estão em Santarém trabalhando no projeto 'Sebastião Tapajós Vida e Obra'.

Enize Vidigal
fonte

Quase um ano após o falecimento do célebre violonista paraense Sebastião Tapajós, e parte do acervo do artista passa por restauração e digitalização, no município de Santarém, Baixo Amazonas. O acervo reúne recortes de jornais e de revistas, partituras, cartas, fotografias, fitas magnéticas, fitas de vídeo, discos, documentos, prêmios, medalhas, violões e outros itens pessoais, com alguns itens datados de 50 anos. Esse conteúdo será disponibilizado em um museu virtual para que as futuras gerações possam conhecer e estudar a vida e a obra do músico santareno de fama internacional.

Especialistas em restauração, museólogos e historiadores paraenses, alguns vindos de Belém, assim como a equipe de São Paulo que fará o site e a disponibilização virtual do acervo, já estão atuando no projeto. A equipe conta ainda com 40 bolsistas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O trabalho está sendo realizado no espaço Teatro Vitória e em salas do Ministério Público do Estado.

Todo o acervo estava em poder da viúva, Tânya Marcião. O Instituto Sebastião Tapajós coordena o projeto de salvaguarda. “Eu mesma fui juntando, sempre guardei tudo dele, inclusive, muitas fotos em eventos e em família. A filha dele também me deu algumas coisas. É um acervo muito bonito, que estava guardado em muitas malas debaixo das camas e em caixas sobre os guarda-roupas”, conta Tanya. “Fui ver (o trabalho), está ficando muito bom. Tinha cartas rasgadas, material com poeira, papel se deteriorando. É muita coisa”, completa.

“O acervo vai estar acessível (no site) para quem quiser ver e ouvir alguma coisa sobre ele”, comemora. “Estamos fazendo o que ele queria, pena que não deu tempo dele ver. Ele também queria um museu mesmo (físico) com as peças dele. Espero que um dia a gente consiga”, declara.

Restauração do acervo de Sebastião Tapajós

O conservador e restaurador Augusto Pacheco Neto, que está trabalhando no projeto, explica que o trabalho ainda está no início e deve durar entre três e seis meses. O trabalho começou com jornais, revistas, fotografias e correspondências. “Começamos a separar os materiais e faremos a higienização, catalogação e acondicionamento próprio para a guarda. Uma das etapas é a digitalização do que for possível para o museu virtual. Isso vai fazer o acervo durar mais”, explica. 

O projeto Sebastião Tapajós Vida e Obra em Plataforma Digital foi elaborado em 2019, quando o artista ainda estava vivo, mas acabou sendo adiado por conta da pandemia. Sebastião faleceu em 2 de outubro de 2021. “Esse projeto foi pensado e sonhado junto com Sebastião Tapajós. Conseguimos recurso (R$ 200 mil) da emenda parlamentar do então deputado federal Edmilson Rodrigues, hoje, prefeito de Belém”, informa a presidente do Instituto Sebastião Tapajós e coordenadora do projeto, Cristina Caetano. 

O recurso foi liberado por meio de convênio entre a Prefeitura de Belém e a Universidade Federal do Pará (UFPA). “Vamos executar boa parte do projeto, iniciar com o acervo que estava sob a guarda da Tanya Marcião. Em 2023, o instituto espera captar mais recursos para dar continuidade à restauração e resguardo do acervo”, diz Cristina. “Queremos que a obra dele tenha um alcance máximo e que também possamos pesquisar o que ainda tem fora da cidade e do país”.

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA