Vale reúne diferentes organizações para debater o papel do setor privado na transição energética

Na COP 28, Vale, Petrobras, Raízen e Ministério da Fazenda debatem sobre descarbonização industrial no Brasil

Mariana Azevedo

Em Dubai, Emirados Árabes, teve início na quinta-feira (30) a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, COP28. O primeiro boletim de avaliação do clima no mundo, o Global Stocktake, apontou que todos os países estão atrasados em relação às ambições climáticas. A situação fica ainda mais grave porque de acordo com a Organização Mundial de Meteorologia, a temperatura já está 1,1C° acima da média histórica. O planeta mais quente resulta em recordes de incêndios florestais, enchentes catastróficas e ondas de calor insuportáveis, a exemplo do que se intensifica no Brasil neste ano.
Capitaneado pela Vale e moderado pelo Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDES), acontece, na próxima segunda-feira (4), no pavilhão reservado ao Brasil na COP 28, um painel que vai discutir as saídas para acelerar a transição energética rumo à descarbonização industrial no Brasil. Além da Vale, irão participar do debate: Petrobras, Raízen e a Subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda.

“Sabemos que é prioritário reduzir as emissões e estamos focados nisso. Investimos no desenvolvimento de tecnologias que permitem reduções das nossas operações e nas operações dos nossos clientes, buscando diferenciação de produto, como por exemplo o briquete, um aglomerado que ajuda a siderurgia a reduzir emissões ao mesmo tempo que diminui também o impacto na Vale”, explica Rodrigo Lauria, diretor de Mudanças Climáticas e Carbono da Vale.
 “Reduzimos as emissões de escopo 2, aquelas oriundas do consumo de energia elétrica, através de parcerias com geradores de energia renovável. Nossa rota para a descarbonização inclui diversas iniciativas para ampliar o uso de fontes alternativas de energia e diminuir a utilização de combustíveis fósseis nas operações (Escopos 1 e 2). Também atuamos em parceria com nossos fornecedores e clientes para reduzir nossas emissões do Escopo 3, que representam 98% de todas as emissões”, completou.

De acordo com a avaliação da Vale, é urgente promover uma transição energética efetiva, uma vez que o ritmo das implementações, bem como os investimentos globais em descarbonização estão sendo insuficientes para conter o aumento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em todo o mundo.
 
Em 2019, a companhia estabeleceu sua meta de emissões de escopo 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030, e zerá-las até 2050. Para tanto, anunciou investimentos de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões. Já o compromisso de redução das emissões na cadeia de valor (escopo 3, anunciado em 2020), em 15% até 2035, soma, em números absolutos, aproximadamente 90 milhões de toneladas de carbono equivalente (MtCO2e), volume similar às emissões de energia do Chile de 2018, ano-base usado na elaboração da meta.
Para cumprir os compromissos assumidos, a Vale tem adotado soluções alternativas para os processos minerais e metalúrgicos que resultam em menores emissões; desenvolvendo tecnologias alternativas e fontes limpas em substituição aos combustíveis fósseis e, também, migrando a matriz energética de consumo para energia renovável. Em 2023, a empresa atingiu 100% de consumo de energia elétrica renovável no Brasil, dois anos antes da meta prevista para 2025.

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Em relação à transição para uma economia de baixo carbono, os minerais e metais exercerão um papel fundamental. A exemplo disso, o aço produzido a partir do minério de ferro é a principal matéria-prima para a construção de turbinas eólicas, linhas de transmissão e outros mecanismos para garantir segurança energética e acesso universal à eletricidade. Já o níquel é um elemento essencial para baterias de alta performance, e o cobre, para a transmissão de energia elétrica, cada vez mais importante em um mundo mais eletrificado. Diante desse cenário, a Vale tem diferenciais competitivos e posição estratégica. “Nossos produtos serão vetores de redução de emissões para o setor de siderurgia e metais básicos”, diz Lauria.

O trabalho de proteção e conservação de florestas feito pela Vale também é estratégico na agenda climática, pois contribui para manter e ampliar os estoques de carbono armazenados. “Ajudamos a conservar e proteger cerca de 1 milhão de hectares de florestas no mundo, sendo 800 mil hectares na Amazônia, onde atuamos há 40 anos e ajudamos a proteger, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Mosaico de Carajás, que é uma enorme área de floresta nativa, formada por seis unidades de conservação, com tamanho equivalente a cinco cidades de São Paulo”, conta o diretor de Mudanças Climáticas da empresa. 
Dessa região em Carajás é que a Vale extrai aproximadamente 60% da produção de minério de ferro, embora as atividades operacionais ocupem cerca de 2% do total do Mosaico. “A operação na região mostra que é possível equilibrar produção e proteção ambiental, numa busca constante por uma mineração cada vez mais responsável e sustentável”, finaliza Lauria.
 

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