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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Mateus, primeiro ...

Linomar Bahia

Mensagens de leitores do artigo “Até quando?”, publicado no último domingo, acrescentaram as visões críticas que também têm sobre o que alguns chamam de “mundo paralelo” em que vivem certas classes ao atuarem nos moldes da conjugação malandra do preceito bíblicos em que o “venha a nós ao vosso reino” passa a ser recitado com a adesão de “ao vosso reino nada”, aditivado com o egoísmo sintetizado no célebre “Matheus, primeiro os meus”.

Enviaram mais informações que confirmam e ampliam o uso preferencial dos dinheiros públicos a interesses pessoais e dos grupos que representam, relegando as necessidades básicas do povo a plano já muito abaixo do secundário. Sinalizam a perplexidade com que o país tem acompanhado tantos escândalos nos desvios de recursos e de funções, coroados pela incrível absolvição de condenados e condenação dos que os condenaram numa revanche nunca vista.

Pena que os malfeitos e seus malfeitores escapem à percepção da massa eleitoral dos inocentes úteis que, por ação do voto nos mesmos que lhes fazem tanto mal e omissão contribuem para os desmandos dos que se aproveitam dessa leniência generalizada. Os contrastes entre as orgias oficiais, agora reveladas nas viagens nababescas e as misérias das periferias, estão nos pedintes das esquinas e no crescente número de moradores de ruas, nodoando as cidades.

Há manifestações de autoridades que se tornam hilariantes, emprestando tom de comicidade ao que tem tudo de trágico. Nesta semana, por exemplo, o presidente da Petrobrás anunciou que “pela primeira vez, desde 2021, o gás de cozinha estava baixando de preço”, reduzindo de 100 para 99,87 reais. Essa redução de míseros 0,13 centavos pareceu mais uma crueldade com quem talvez nem sofra o problema porque sequer têm o que cozinhar.

Acaso fosse possível pesquisar o que pensam os que se locupletam com os valores dos suados impostos que cada brasileiro precisa trabalhar cerca de meio ano para pagar, diante dos milhões passando fome e outros tantos na linha da miséria, enquanto usurpadores vivem à tripa forra nos mais caros usos e costumes disponíveis com os dinheiros que faltam à saúde e à educação, em certo ponto negado para evitar o esclarecimento do povo.

Enquanto isso, os baixos índices da educação continuam fazendo crescer a má formação acadêmica e crise profissional, que deixa as universidades brasileiras mal posicionadas no ranking das 2.000 melhores universidades do mundo, feito pela consultoria Center for World University Rankings (CWUR) em 94 países. Apenas a Universidade de São Paulo (USP), desponta no 109º lugar e a nossa UFPA  amaega o 1.206 lugar, desvantagem que explica fuga de cérebros.

E, por conta dessas e de outras tantas anomalias nacionais, a desigualdade econômica e social somente se acentua, com o um por cento mais rico dominando 149% da riqueza do país, enquanto a classe política já se apropriou de 6 bilhões de reais em um ano, usado inclusive no suprimento de açougues familiares.

 

Linomar Bahia é jornalista e escritor

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