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Seca dos rios pode afetar a produção e o transporte de ar-condicionado e TV para o Natal no AM

Especialistas do setor afirmam que o transporte dos materiais para a produção e dos produtos para a exportação são feitos por meio dos rios, o que está sob ameaça por conta da seca

Carolina Mota

Gestores atuantes do setor de eletroeletrônicos temem que a seca no Amazonas possa afetar de forma negativa a produção e o transporte de ar-condicionados e televisores para o período natalino. A ameaça ao setor se dá porque o transporte da maior parte dos produtos é feita por meio dos rios e, com o baixo nível de água, houve a suspensão do envio de materiais por navios.

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Segundo o presidente executivo da Associação Nacional de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, os produtos citados são os mais buscados no final do ano e só podem ser transportados pelas águas. "Ar condicionado e televisão são os principais problemas no momento no nosso setor eletroeletrônico. No final do ano são os dois produtos mais procurados. Temos a produção de micro-ondas, lava-louça, computadores, celulares, tabletes, fones, mas esses dois são os produtos que temos a necessidade de escoar a produção via fluvial. Computador e celular dá para mandar por aviões", afirma.

Incentivos fiscais também preocupam o setor

Jorge Nascimento também diz que há empresas com dificuldades para receber insumos e outras que não conseguem ecoar a produção para os grandes centros, o que leva a não conseguirem produzir novas peças.

"Para ter incentivo fiscal, as empresas têm que cumprir etapas de produção que são estabelecidas por regras. Como não chega insumo, as empresas não cumprem essas regras. Estamos indo até o governo, porque tem empresa há 15 dias sem insumo. A previsão de voltar à normalidade é de 10 a 15 dias".

Normalmente, as entregas para o Natal começam neste período do ano. Por enquanto elas ainda não começaram e Nascimento diz que os produtos levam de 15 a 20 dias para chegarem aos grandes centros. Os envios da Black Friday foram antecipados e, por isso, o abastecimento para a data de promoções está garantido.

Outras regiões enfrentam dificuldades com a seca

O canal do Panamá também precisou reduzir o transporte de navios devido o fenômeno El Niño. Segundo Lúcio Oliveira, presidente-executivo do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), grande parte dos insumos que chegam à Zona Franca de Manaus vem da Ásia e passam pelo Panamá. Trocar o navio por outro modal de transporte, como o avião, é possível, mas Oliveira diz que é mais difícil fazer esta troca no transporte intercontinental — não há opção de fazer o transporte terrestre e os aviões são muito mais caros.

"Tem indústria que optou chegar no Porto de Santos e trazer de Santos para Manaus por Guarulhos. Mudou justamente para esse momento que, dentro da necessidade, achou que seria uma forma de viabilizar com mais rapidez para colocar o insumo aqui em Manaus".

Seca mais intensa

O presidente-executivo Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Luís Resano, afirma que trechos dos rios estão mais baixos que o normal, o que impede a passagem de navios. Com isso, algumas empresas anteciparam os envios para a Black Friday e outras buscaram alternativas para a garantia das entregas. 

Ainda segundo Luís, o tempo de navegação com a seca também é maior, levando os navios a demorarem de três a quatro dias para subirem o rio, enquanto a balsa leva de cinco a sete dias, o que torna o processo mais caro.

"Se começar a chover lá na Cordilheira dos Andes, essa água é importante. Com uma chuva continuada, como normalmente acontece, deve demorar mais uns 40 dias para voltar à normalidade".

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com

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