Pediatra aconselha os pais a ficarem atentos

A médica recomenda aos pais criar "uma rotina de atividades com os filhos"

Agência Estado

Os adultos estão sentindo os impactos da mudança de rotina durante a pandemia e não seria diferente com crianças e adolescentes, afirmam especialistas. "O medo é um sentimento comum a todos os seres humanos. A diferença é que os adultos já possuem ferramentas racionais e emocionais para compreender e combater o que sentem, enquanto as crianças ainda não têm", explica Andressa Tannure, pediatra, integrante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e especialista em Suporte de Vida em Pediatria pelo Instituto Sírio-Libanês e pelo HCor, em São Paulo.

Em uma pesquisa divulgada neste mês pela SBP, 88% dos pediatras relataram que as crianças em idade escolar apresentaram alterações no comportamento, das quais 75% foram oscilações de humor. Segundo Andressa, os pais devem ficar atentos se os filhos apresentarem alterações no sono e no apetite e irritabilidade.

"Além de ter muita sensibilidade e observação, é preciso dar espaço e oportunidades para a criança expor, a sua maneira, seus medos, sentimentos e seus milhões de dúvidas sobre o que está acontecendo ao seu redor", adverte a pediatra.

Ela recomenda aos pais criar "uma rotina de atividades com os filhos", fazendo refeições juntos e buscando alguma alternativa para o lazer. Psicólogo e especialista em gestão do estresse pela Harvard Medical School (EUA), Armando Ribeiro destaca que é importante conversar sobre os problemas emocionais notados no período de pandemia. "O humor irritável é mais comum em crianças e adolescentes e muitas vezes a depressão pode se manifestar na forma de queixas físicas repetitivas, como dores e alergias. Reconhecer as dificuldades emocionais pelas quais todos passamos é um dos primeiros passos importantes para se fortalecer a resiliência em tempos adversos", afirma.

Estudo. O Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) vai começar um estudo sobre os impactos da pandemia para adolescentes com doenças crônicas. Para compreender o quadro, está convocando 500 jovens entre 10 e 19 anos sem condições crônicas para participar da pesquisa, que será virtual.

"Estudos reforçaram que eles podem ter distúrbios do sono, porque estão fazendo mais uso de telas, e um impacto físico, porque ficam muito em casa e pode ser que a alimentação não seja saudável", diz Clóvis Artur Almeida da Silva, professor titular do Departamento de Pediatria da FMUSP. Segundo ele, "há 500 pacientes com doenças crônicas e precisamos de 500 sadios para o controle". Os resultados do trabalho deverão ser divulgados em novembro deste ano.

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