No Brasil, mais de 50% das crianças do 2º ano do fundamental não sabem ler, segundo dados da Unicef

O cenário, que já preocupava antes da pandemia de covid-19, se agravou ao longo dela

O Liberal
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Mais da metade das crianças do 2º ano do ensino fundamental da rede pública não aprenderam a ler e escrever no Brasil, conforme mostra um balanço do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo a entidade, 56,4% de meninos e meninas estão nesse panorama. Já dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de 2021, apontam que 56,4% dessas crianças não foram alfabetizadas na faixa etária esperada. Os números somam-se ainda a outras milhares de meninas e meninos no Brasil que não foram alfabetizados em demais escolas.

Para o Unicef, o cenário, que já preocupava antes da pandemia de covid-19, se agravou ao longo dela. Em 2021, 56,4% das crianças da rede pública que estavam no 2º ano do fundamental não foram alfabetizadas. O aumento foi de 30% em relação a 2019 (39,7% de crianças não alfabetizadas). De acordo com a organização, a alfabetização é uma etapa fundamental na trajetória escolar de crianças e adolescentes e precisa ser priorizada nos municípios brasileiros.

Ainda de acordo com o Unicef, a alfabetização, etapa fundamental da trajetória escolar de crianças e adolescentes, precisa ser prioridade em todos os municípios brasileiros. Também de acordo com a organização, é para reverter esse quadro é necessário implementar o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, investindo em práticas pedagógicas eficazes, voltadas tanto às crianças em idade de alfabetização, quanto àquelas que não aprenderam na pandemia e ficaram para trás..

Processos

“Ciclos de alfabetização incompletos impactam sobremaneira a trajetória escolar de crianças e adolescentes, acarretando reprovações e abandono escolar. Sem saber ler e escrever, a criança não consegue aprender, acompanhar as atividades escolares e seguir em frente”, explica Mônica Dias Pinto, Chefe de Educação do UNICEF no Brasil. “O estudante vai sendo reprovado uma, duas, três vezes, abandona a escola, tenta retornar, e vai ficando em atraso escolar. Sem oportunidades de aprender, ele acaba sendo forçado a deixar definitivamente a escola”, complementa.

As propostas do órgão são investir em práticas pedagógicas de qualidade e implementar apoio específico voltado aos estudantes que não aprenderam a ler e escrever até o 2º ano do Ensino Fundamental para recuperar o tempo perdido e avançar. Elas fazem parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado em 2023 pelo MEC (Ministério da Educação).

Até o final de 2023, todos os Estados e mais de 90% dos municípios haviam aderido ao programa do MEC, voltado para a alfabetização de todas as crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° ano afetadas pela pandemia. “É essencial, agora, acompanhar de perto a implementação desse programa, avaliando as propostas de alfabetização que estão sendo desenvolvidas em cada município e os resultados concretos delas na redução do analfabetismo no País”, defende Mônica.

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