Ministério da Saúde anuncia plano para zerar casos de malária

Em 2021, a Amazônia concentrou 99,9% dos 137 mil casos notificados no Brasil.

Enize Vidigal
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O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira, 11, em Brasília, o Plano de Eliminação da Malária no Brasil, que pretende zerar os casos da doença até 2035. Em 2021, foram registrados 137,8 mil casos, sendo 99,9% na Região Amazônica com 33 municípios concentrando 80% do total de casos autóctones (quando a infecção é adquirida dentro do Brasil).

Entre as medidas de combate anunciadas pelo ministro Marcelo Queiroga está a ampliação do Projeto Apoiadores Municipais para Prevenção, Controle e Eliminação da Malária, que contrata mão de obra para a tarefa da erradicação, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Mato Grosso.

A malária é uma doença causada pelo parasita protozoário do gênero “Plasmodium”, que é transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles. Existem quatro espécies de Plasmodium que podem causar a malária humana (P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale, sendo os dois primeiros prevalentes no Brasil), mas o tipo P. falciparum é o responsável pelos casos mais graves da malária, que pode evoluir o paciente a óbito se não diagnosticada em tempo oportuno e tratada de forma correta. 

A malária também pode ser transmitida pelo compartilhamento de seringas, transfusão de sangue ou da mãe para o filho durante a gestação. Os sintomas comuns são febre alta, calafrios e falta de apetite.

Preocupação mundial

Em 2019, foram notificados 157,4 mil casos da doença no Brasil - Dentre essas ocorrências, 80% se concentraram em 41 municípios do Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Acre, Rondônia e Mato Grosso, segundo secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros. Já em 2020, foram 145,1 mil notificações no país. Apesar da tendência de queda, a malária ainda é motivo de preocupação internacional.

Queiroga disse que o plano nacional de enfrentamento possui metas junto aos profissionais e gestores da saúde e à sociedade, incluindo a elaboração de planos estaduais e municipais a partir da contração de consultores. O objetivo é chegar em 2025 com 68 mil casos; e, em 2030, com menos de 14 mil casos e zero óbitos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar dos esforços para a diminuição da morbidade e da mortalidade pela doença, estima-se que houve 241 milhões de casos da doença em 85 países, em 2020, o que representa um aumento nos registros se comparado a 2019, quando foram notificados 227 milhões de casos com mais de 409 mil óbitos. Em 2020 a doença matou cerca de 627 mil pessoas, um aumento de 12% em relação ao ano de 2019. Os dados foram divulgados pelo MS.

A meta da OMS é reduzir os casos da doença no planeta em 90% até 2030, eliminando em 35 países e evitando a reintrodução nos países que já se considera livres de transmissão.

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