Esquema vacinal contra poliomielite terá mudanças a partir do ano que vem; entenda

A dose conhecida como 'gotinha' deve deixar de ser administrada. No lugar, será feita a aplicação injetável da vacina com vírus inativado

Camila Guimarães
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A partir de 2024, crianças que completarem os 15 meses de vida não devem mais tomar a vacina popularmente conhecida como 'gotinha', do esquema vacinal contra a poliomielite. De acordo com anúncio feito pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 7, a dose oral do imunizante será substituída pela injetável, de acordo com as novas evidências científicas para proteção contra a doença.

A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que indicou que o Brasil passe a adotar exclusivamente a vacina inativada poliomielite (injetável) no reforço aos 15 meses de idade, o que atualmente é feito com a forma oral do imunizante.

Até então, a forma injetável só é aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Aos 15 meses, a dose da 'gotinha' era administrada. Com a substituição pela injetável aos 15 meses, a dose de reforço aplicada atualmente aos quatro anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses garantirá a proteção contra a pólio. A atualização considerou os critérios epidemiológicos, as evidências relacionadas à vacina e as recomendações internacionais sobre o tema.

 

Investimento em imunização

“A retomada das altas coberturas vacinais é uma prioridade do governo federal. Esse é um movimento, não uma campanha isolada, justamente pela ideia de continuidade e pelo constante monitoramento de resultados. Esse trabalho não se restringe ao Ministério da Saúde, por isso estamos indo aonde estão os movimentos da sociedade”, explicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

A pasta também diz que a ideia é que cada município se organize e se planeje considerando a realidade local. Neste sentido, a estratégia de imunização será adaptada conforme a população, a estrutura de saúde e a realidade socioeconômica e geográfica. Entre as estratégias que podem ser adotadas através do microplanejamento pelos municípios estão a vacinação nas escolas, a busca ativa de não vacinados, vacinação em qualquer contato com serviço de saúde, vacinação extramuros, checagem da caderneta de vacinação e intensificação da vacinação em áreas indígenas.

O Ministério da Saúde vai repassar mais de R$ 151 milhões para estados e municípios investirem nas ações de vacinação. A portaria com a destinação dos recursos será publicada nas próximas semanas. 

 

Doença eliminada pela vacinação

Desde 1989 não há notificação de caso de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais contra a doença sofreram quedas sucessivas nos últimos anos. Em todo o Brasil, a cobertura ficou em 77,19% no ano passado, longe da meta de 95% para essa vacina. Por isso, a mobilização para retomar as altas coberturas vacinais no país, que já foi referência internacional, é fundamental. 

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